Claret Contigo

Claret Contigo – 08 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

08 de março de 2020

“Em muitas partes da Santa Bíblia eu sentia a voz do Senhor que me chamava para que saísse a pregar. Na oração acontecia o mesmo. Tanto que tomei a decisão de deixar o serviço paroquial e ir a Roma e apresentar-me à Congregação de “Propaganda Fide” (Evangelização dos povos) para que me mandasse a qualquer parte do mundo” (Aut 120).

A PALAVRA E A ORAÇÃO LANÇAM O MISSIONÁRIO

Importante confidência de Claret. Depois de ser ordenado sacerdote na diocese de Vic, ficou encarregado da Paróquia de Santa Maria de Sallent, sua cidade natal. E ali, em sua leitura da Bíblia e na oração, sentiu o chamado crescente de Deus a “ir mais longe”, a ser missionário do Evangelho mais além dos limites e ataduras da sua pequena Paróquia e ainda na sua terra. E decidiu ir a Roma para que o enviassem a um país de missão, onde Jesus não fosse ainda conhecido.
Entre idas e vindas, Claret tardaria quase dois anos a dedicar-se plenamente ao seu ideal missionário. Começou na Catalunha quando havia 33 anos e depois recebeu de Roma o título de “Missionário Apostólico”. No futuro receberia muito mais títulos, mas todos contra sua vontade; o seu era só ser “Missionário Apostólico”. Sua vida inteira confirmaria, às vezes contra o vento e a maré, esta vocação sua na Igreja e no mundo. Quando recebeu a nomeação de Arcebispo, não aceitou, entre outras razões porque tal cargo o vincularia a um lugar muito concreto, quando, segundo suas palavras ao Núncio, “meu espírito é para todo o mundo” (EC I, p. 305).
A quem procura conhecer e viver sua própria vocação, colocando seus dons pessoais a serviço do bem comum, Deus abençoa porque colabora com sua vontade de amor. É o que ensina Jesus na parábola dos talentos, mostrando que são elogiados e premiados os que fazem frutificar seus dons. Claret sabia disso. Por isso, é fácil imaginar o diálogo de Claret com você (leitor ou leitora) perguntando-lhe, depois de contar-lhe como descobriu ele sua vocação pessoal e decidiu a segui-la.

Você já descobriu sua vocação na Igreja? Se descobriu, siga-a. Se ainda não descobriu, procure-a.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 07 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

07 de março de 2020

“Não basta (…) ter um confessor a quem manifestar com sinceridade todos os pecados; precisamos também de um mestre que nos ensine o caminho da virtude” (O Colegial ou Seminarista Instruído, t. I. Barcelona 1860, p. 330).

PRECISAMOS DE MESTRES

Por experiência própria, o Padre Claret viu a necessidade de ter mestres na vida espiritual e assim o aconselha a seus missionários, aos seminaristas, aos sacerdotes e a todos. Não foi em vão o fato de ter sido noviço jesuíta, portanto, membro de uma instituição religiosa na qual à direção espiritual se dá a máxima importância.
Com efeito, é necessário para nossa vida, como pessoas e como cristãos, ter um bom guia que nos escute e nos oriente. É um tesouro e um presente de Deus encontrar esta pessoa a quem confiar nossa consciência, certos de que não vamos ser julgados nem recriminados, mas escutados, compreendidos, respeitados e também estimulados e adestrados para avançar e progredir em nossa fidelidade ao Evangelho.
Ninguém pode usar a desculpa de que já é adulto e, portanto, capaz de guiar-se a si mesmo; “ninguém é juiz em causa própria”, diz o ditado. O Padre Claret, sendo já Arcebispo e Confessor real e estando em um alto grau de perfeição evangélica, continua colocando-se humildemente nas mãos de confessores e diretores espirituais. Em suas biografias aparecem sempre os nomes do Pe. Carmelo Sala e Pe. Paládio Currius, dois sacerdotes da sua confiança a quem abre sua consciência como uma criança que não conhece as curvas do caminho e deseja que alguém lhe dê uma mão.

Todos nós precisamos de alguém com quem discutir nossos sentimentos, atitudes e decisões, porque nós, os humanos, temos muita capacidade para enganar-nos a nós mesmos. Pode acontecer também que, ao não partilharmos nossos problemas, sobretudo, os que superam nossa própria vontade, e vão se cristalizando e podem explodir em situações muito negativas, ou se manter a custas de grandes incoerências e conflitos interiores. Por tudo isso, vale a pena ter um bom acompanhante espiritual. Eu tenho? Estou decidido a procurá-lo?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 06 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

06 de março de 2020

“As primeiras ideias de que tenho memória são aquelas de quando tinha uns cinco anos, estando na cama, em lugar de dormir, eu sempre fui pouco dorminhoco, pensava na eternidade, pensava sempre, sempre, sempre; imaginava umas distâncias enormes, a estas acrescentava outras e outras, e ao ver que não alcançava o fim, me assustava e pensava: os que terão a infelicidade de irem à eternidade das penas…!” (Aut 8)

PREOCUPAÇÃO APOSTÓLICA INICIAL

As primeiras ideias de que temos memória costumam ser de experiências que nos marcaram profundamente. É bom ter consciência destas experiências porque nos ajudam a entender muitas coisas que acontecem conosco: dificuldades, reações, sonhos, motivações…
Estas experiências primeiras, em Claret, fazem referência ao mistério de Deus e da vida eterna, que tentava imaginar, mas que não podia entender. Mas o que é realmente interessante desta experiência do menino Antônio Claret é a preocupação que lhe produziu pensar na eternidade infeliz do próximo. Foi um sentimento que penetrou até o mais profundo do seu ser, marcando-o com uma grande motivação missionária.
Ele nos diz explicitamente em sua Autobiografia: “Esta ideia da eternidade infeliz… é a mola e o aguilhão do meu zelo para a salvação das almas” (Aut 15). Depois, em Barcelona, parece que começou a preocupar-se por sua própria salvação: “Para que serve ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder sua vida?” e decidiu fazer-se cartuxo para assegurar o bem da sua alma, longe do mundo que o distanciava de Deus.
Mas depois voltou a experiência primeira e dedicou todos os seus esforços e talentos para a salvação do próximo.

Quais são minhas primeiras experiências? Como marcaram minha vida?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 05 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

05 de março de 2020

“Amarão a virtude da pobreza, olhando-a como sua mãe e sua amiga, e para este objetivo farão bem privar-se algumas vezes do necessário, à imitação de Jesus, que por nós se fez pobre e necessitado, nasceu pobre, viveu muito pobre e morreu paupérrimo e ainda nu”. (Religiosas em suas casas ou as filhas do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria. Barcelona 1850, p. 121. Ed. crítica, em Madrid 1990; p. 173).

AMOR À POBREZA

Amar a pobreza supõe pensar nela como algo “amável”, desejável… não como uma carga imposta, um peso do qual queremos fugir ou uma imposição ascética que caiu sobre nós como uma pedra. Viver a pobreza como mãe ou amiga é tê-la em grande estima. Isto é o mais importante: amar a pobreza e amá-la com boa vontade. Somente desde este amor tem sentido a privação, o jejum, a austeridade, a renúncia…
A chave de tal amor em Claret é o desejo de configurar-se com Cristo pobre, paupérrimo. E n’Ele o que aparece primeiro não é a renúncia ou o sacrifício, mas o motivo: Claret não ama a pobreza, mas está seduzido por “um Pobre”, Cristo, quem se fez pobre livremente “por nós” (2Cor 8,9). Ser pobre não foi para Ele uma carga, mas um modo gozoso de ser Ele mesmo e levar a cabo sua missão. Ele, que era infinitamente rico…
Perguntou-me se nós temos experiência desta pobreza livre e prazerosamente escolhida. Pobreza que deve abranger as coisas materiais, se entende, mas que se fundamente e se origine em algo muito mais profundo: uma pobreza íntima, pessoal… que exclua toda autossuficiência, ao percebermos que estamos nas mãos do Pai em tudo e para tudo, porque não temos a capacidade de salvar-nos a nós mesmos. Uma pobreza que se maravilhe com os lírios dos campos, da sua liberdade e beleza. Uma pobreza que nos deixe despidos diante dos poderes do mundo, como aconteceu com o mesmo Cristo, porque suas “armas” são outras.

Qual é a medida da minha pobreza? Em algum momento experimentei a pobreza como motivo de prazer em liberdade? Ou, antes, quando em alguma coisa a experimentei, foi para mim somente uma carga, embora a tenha escolhido eu mesmo por ascese ou por solidariedade com os pobres?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 04 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

04 de março de 2020

“A devoção a Maria Santíssima é outra das nossas principais obrigações. É a Mãe de Deus e a Mãe dos homens; sobre estes dois pontos cardeais gira toda a devoção. Como Mãe de Deus, pode tudo; como Mãe dos homens, nos amparará e nos concederá todas as graças” (Carta Ascética… ao presidente de um dos coros da Academia de São Miguel. Barcelona 1862, p. 44).

CHEIA DE DEUS E ADVOGADA DOS HOMENS

A condição social da mulher continua sendo, em quase todos os países, de discriminação e desigualdade com respeito ao homem, embora nem sempre se manifeste com a mesma virulência, segundo as geografias humanas. Pretende-se encontrar a solução com a chamada “igualdade de gênero”, que não se entende do mesmo modo em todas as partes.
A Igreja, exaltando a Virgem Maria e situando-a como ponto chave no mistério da redenção de Cristo, precisamente como Mãe do Salvador, apresenta uma figura de mulher que preenche as aspirações de igualdade e liberdade de gênero.
A devoção à Mãe de Deus aparece na vida de Claret como uma luz suave que tudo ilumina. “Maria Santíssima, confessava Claret, é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, minha Diretora e meu tudo depois de Jesus” (Aut 5). Claret deseja prolongar o que ele viveu em todo evangelizador. No meio das realidades do mundo, que o leigo deve impregnar dos valores do Evangelho, Maria, Mãe do Redentor e dos redimidos deverá ser uma luz suave que ilumine e arda com missão de guia e estímulo.
Em meio aos apuros do casal de Caná, que se encontra sem vinho no meio de uma festa, Maria indica aos criados que façam o que diga Jesus, apesar da resposta cortante que acaba de receber d’Ele (cf. Jo 2,3ss). Maria é, sobretudo, modelo de disponibilidade e acolhida da vontade de Deus. Por isso se faz campo fértil para acolher o milagre da Encarnação; e, uma vez acolhido, comunicou o fato à sua prima Isabel. A salvação que leva Maria em si age em Isabel e faz saltar de alegria João em seu seio. Começa para Maria sua função materna, comunicando a salvação. Ela é bem-aventurada porque escutou a Palavra de Deus e a colocou em pratica (cf. Lc 11,27-28). Esta escuta a encheu de amor efetivo a Deus e aos homens e de zelo por sua salvação.

Como eu qualificaria minha espiritualidade mariana nestes momentos de minha vida? Por que? Em que indícios me baseio?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 03 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

03 de março de 2020

“É certo que uma criança conservada na inocência por uma boa educação é aos olhos de Deus um tesouro mais precioso que todos os reinos do mundo” (Aut 278)

DEIXEM QUE AS CRIANÇAS VENHAM A MIM

É interessante colocarmo-nos diante destes textos evangélicos em que Jesus se encontra com as crianças. Em um deles, Jesus diz: “se não vos converterdes e não vos tornardes crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, este será grande no Reino dos Céus” (Mt 18, 3-4).
No Evangelho, a figura das crianças aparece associada com a ideia de pequenez. Eram a máxima expressão da dependência de outros, evidentemente do mundo adulto e, além disso, naquele contexto de alta mortalidade infantil e de grande precariedade de vida. Portanto, a criança dependia em tudo do cuidado, educação e acompanhamento do adulto.
Por outro lado, a criança era e continua sendo quem não tem sucessos ou méritos, é sem pretensões, muito em sintonia com a mensagem religiosa de Jesus. Ao enaltecê-las, Jesus nos coloca diante do desafio de sentirmo-nos despreocupados conosco mesmos, com nosso ego, com toda tentação de falsa segurança: depender de Deus e da sua generosidade, e ou de nossos méritos.
O Padre Claret em sua Autobiografia coloca acento na inocência e na receptividade das crianças. É um convite a cuidar escrupulosamente do que uma criança traz consigo e não provocar escândalos, nem feridas destrutivas. Quanto abuso e lesão à saúde afetiva das crianças em nossos tempos, frequentemente no âmbito da família! Que vergonha a do turismo sexual infantil em alguns países do nosso planeta!
A criança está em uma situação de transição, de passagem. Nem biológica, nem psicologicamente permanecerá assim. O cuidado da sua saúde plena é a ferramenta chave para um crescimento que, sem fazê-la perder o sentido de genuína dependência de Deus, a converta por seu altruísmo em um reflexo desta providência divina.

Que sentimento desperta em meu interior este texto do Padre Claret? Que desafios apresenta para meu serviço educativo, quer seja no âmbito familiar, quer no escolar ou paroquial, ou no simples trato cotidiano?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 02 de março

Todos dos dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

02 de março de 2020

“E vós, Minha Mãe, quereis que eu, sendo um irmão destes infelizes, olhe com indiferença sua fatal ruína? Ah! não, nem o amor que tenho a Deus, nem o amor ao próximo podem tolerar isto; pois, como é possível eu tendo caridade ou amor de Deus, ao ver meu irmão necessitado, não o socorra? (Aut 158).

AMOR A DEUS E AO IRMÃO

A pergunta que inicia a frase é retórica, não é uma autêntica pergunta, mas uma reafirmação de uma convicção. Supõe a resposta que sublinha a seguir. “Deus” e “próximo-irmão” são duas palavras que sempre aparecem unidas no vocabulário de Claret. É impossível separá-las.
Nesta oração que Claret dirige a Maria, sua Mãe querida, vemos vários detalhes, que se convertem em autênticas lições de vida. Entre outros, estes:
•Aquela religiosidade mariana que excluía o amor concreto, expressivo, com palavras e obras para com o próximo necessitado, não é uma religiosidade evangelicamente sadia e nem sequer uma religiosidade desejável. Tem um defeito capital: ninguém pode sentir-se filho de Maria se não se sente, ao mesmo tempo, irmão do próximo.
•A indiferença é certamente um vírus sutil, mas muito daninho, que impossibilita tanto o nascimento do amor. É cegueira do coração diante da necessidade do próximo. Era a enfermidade que padecia o rico Epulão; afetava-lhe a vista e o impossibilitou de ver o pobre Lázaro diante da porta da sua casa. Não nos consta que o rico tenha feito alguma coisa a Lázaro. E, diante da eterna pergunta de Deus dirigida primeiro a Caim e depois a todos: “Onde está o teu irmão?” a surdez foi um pretexto que Deus não atendeu.
•Duas ações recomendáveis para quem procura viver como cristão: “ver” e “fazer”. Nesta mesma ordem e sem deixar que nada interrompa a sequência: se unem assim a mística dos “olhos abertos” e a ação das “mãos trabalhadoras”. Esta é a dinâmica da compaixão.

Convidamos o leitor a perguntar-se se seu relacionamento com Maria o tira da sua indiferença e o leva à compaixão. Poderia mostrar para você mesmo as razões da sua resposta?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 01 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

01 de março de 2020

“[As leis], quem não as obedece, desobedece a Deus e quem a elas coloca resistência, resiste ao mandato do mesmo Deus, como diz a Escritura, acrescentando que jamais tiveram paz os que a Deus resistiram” (O Trem. Barcelona 1857, p. 16).

OBEDIÊNCIA AO PLANO DE DEUS

As leis que contribuem ao bem comum brotam de uma consciência do legislador que tem sua fonte em Deus. Certo? Em uma sociedade laica e descrente, como vai sendo cada vez mais a sociedade ocidental, isto é muito complexo. Nem sempre se legisla a favor da pessoa humana e do bem comum; com frequência entram em jogo outras motivações, às vezes inconfessáveis e que nada tem a ver com o bem do cidadão, mas com os interesses do partido e com a própria ideologia. Algumas destas ideologias têm uma visão estrábica da vida, uma visão materialista na qual primam o egoísmo, a comodidade, o desejo de recolher votos nas eleições, esquecendo-se da dimensão transcendente do homem.
Assim vão passando leis como o aborto e a eutanásia. Em que pouco se considera a vida humana! Sob a desculpa da ‘pobre criança’ que vai nascer com malformação ou com síndrome de down… é melhor tirá-la para fora do jogo… Ó, ‘pobre menina’, como vai carregar um filho se ainda tem tanta vida pela frente? Se ainda está na flor da vida para desfrutar e divertir-se! Outra talvez tenha sido vítima de violência ou estupro e, claro, como vai acolher esta vida fruto da violência! Tudo é razão para eliminar uma vida humana sem escrúpulos. E se apresenta como o mais sensato, inclusive como um bem para o não nascido. E se usam muitas vezes eufemismos: “interrupção voluntária de gravidez”. Interrupção? Quando será reatada? Para não chamar as coisas com seu próprio nome e para tranquilizar-nos, dizem que o feto não é vida humana. Então, o que?
A eutanásia, os velhos dão trabalho, já viveram sua vida e agora devemos viver nós e como já não são produtivos…

Como você se situa diante destes abusos por parte do poder legislativo? Exerceu alguma vez, responsavelmente, a objeção de consciência?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 29 de fevereiro

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

29 de fevereiro de 2020

“Os Exercícios de Santo Inácio são um meio muito poderoso de que me servi para a conversão dos Sacerdotes, que é certamente a empresa mais difícil; no entanto, sempre vi belos resultados de muitíssimos Sacerdotes que se haviam convertido deveras e não poucos saíram muito zelosos e fervorosos pregadores” (Aut 308)

DIFÍCIL MAS POSSÍVEL

Nestes tempos que alguns chamam de “desertificação espiritual” não podemos permanecer insensíveis diante de milhões de homens e mulheres morrem de “sede”. Diante desta necessidade se oferecem desde fora da comunidade eclesial e às vezes lamentavelmente também desde dentro, muitas respostas grotescas e até vulgares.
E, em todo caso, sem ficarmos em uma análise crítica, nós nos perguntamos sobre como fazer uma abordagem do religioso para que o religioso penetre no coração das pessoas. Se a religião e a proposta da fé não são colocadas em conexão com os interrogativos vitais pode ser uma evasão do real; em vez, em sintonia com o profundo proporcionarão o que se necessita para saciar o coração humano.
Os novos movimentos religiosos oferecem respostas “a la carte” que parecem satisfazer todas as perguntas a “gosto do consumidor”. A proposta discipular cristã se encarrega da complexidade da vida real, vencendo toda tendência aos simplismos.
No entanto, além desta visão global, esta citação inicial do Padre Claret faz referência à renovação dos Sacerdotes como uma urgência da sua época. Talvez não seja exagerado afirmar que também hoje alguns destes males afetem os sacerdotes: excesso de atividade, individualismo em sua ação apostólica, imaturidade pessoal, escasso cultivo da própria fé mediante a oração.
É urgente fazer com que aqueles que receberam o ministério da Ordem o exerçam com responsabilidade, sendo servidores de uma espiritualidade profunda, que possibilite um encontro libertador com o Deus da Vida. É de se desejar que os sacerdotes e também os leigos, meditem com frequência e tranquilamente o capítulo 17 do quarto Evangelho.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 28 de fevereiro

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

28 de fevereiro de 2020

“…todo meu desejo seria andar missionando pelos lugares e aldeias; este é meu sonho dourado; tenho uma santa vontade e quase invejo os missionários que têm a dita de poderem ir de um povoado a outro pregando o santo Evangelho” (Aut 638).

QUE BELOS SÃO OS PÉS DO MENSAGEIRO

Em sua caminhada vocacional, Claret se identificou totalmente com as palavras do Apóstolo Paulo quando afirma que a fé vem como fruto do ter ouvido a pregação da Palavra de Cristo (cf. Rm 10,14-17). Assim, quando a obediência o faz assumir outras responsabilidades, sente-se como pássaro engaiolado, porque fisicamente não pode dedicar-se à pregação itinerante de outros tempos.
No entanto, o espírito permanece. E a obediência fiel e criativa às decisões dos superiores fez com que o apostolado de Claret tenha tido um alcance e uma influência que certamente ele nunca havia sonhado. Retido em Madri por ser confessor real, pregou missões e exercícios espirituais em abundância, escreveu folhetos de formação cristã, criou instituições multiplicadoras de evangelizadores.
A lição é importante. Sem renunciar à sua vocação apostólica fundamental, o Padre Claret soube responder com criatividade evangélica às diversas responsabilidades que lhe foram encomendadas. Mudaram suas formas externas, mas manteve sempre a orientação evangélica e evangelizadora, em vida de oração, de pobreza, etc. e aproveitando todos os meios para que o Pai fosse conhecido, amado e servido.
Minha liberdade e realização pessoal não consistem em fazer o que eu gosto, mas em saber discernir, à luz da Palavra, o que Deus me pede em cada etapa da minha existência. Devo valorizar positivamente minha família ou comunidade, minha profissão ou trabalho, e saber tirar destas circunstâncias o maior bem possível a favor da evangelização e da minha própria fidelidade ao Evangelho. Claret assumiu muitos compromissos porque se sentia filho e membro da família eclesial e em todos eles percebeu oportunidades de evangelizar e de configurar-se pessoalmente com Cristo.

Que motivos me levam a decisões importantes na minha vida? Sei valorizar positivamente minhas circunstâncias como oportunidades de crescimento pessoal e de serviço aos demais?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf