Claret Contigo

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre nosso Padre Fundador

10 de novembro de 2019

Quem medita deve se comportar como quem aprende a desenhar ou escrever, dá uma olhada no modelo e depois vai copiando no papel. Assim dará uma olhada no modelo, que é Jesus Cristo, e irá copiando suas virtudes.
Os seis talentos de oração, em A.M.CLARET, O Colegial ou Seminarista Instruído. Barcelona 1860; vol. I, p. 137

CONFIGURAR-SE COM CRISTO

Alguma coisa me incomodava. Não era algo de vida ou morte, mas me perturbava muito. Estava iniciando minha vida como missionário e me havia proposto ter cuidado especial com ‘a meditação’, cultivá-la e convertê-la em um dos momentos importantes de cada dia de minha vida. No entanto, quase sempre ficava insatisfeito: quando não era a imaginação a que me distraía, era o sono. Poucas vezes consegui sair satisfeito do tempo que dedicava à meditação.
Até que me encontrei com um texto do Pe. Gustavo Alonso, claretiano argentino, que serviu a seus irmãos como Superior Geral de 1979 a 1991. Diz assim: “Sinteticamente se pode dizer que, para Claret, a meditação não é elaboração de ideias ou convicções, é, sobretudo, olhar e estudar Jesus para configurar-se com Ele e fazer como Ele”. Vi uma luz e uma enorme felicidade. Meu grande problema havia sido minha incapacidade de ordenar as ideias, para passar de uma a outra na ordem e ritmo que eu me propunha. Aí tinha sido meu erro. Na escola de Claret não era convidado a colocar-me diante de Deus para deduzir uma ideia de outra, colocando-as em silogismos impecáveis, mas em olhar e estudar Jesus, o ‘modelo’, e deixar que seu Espírito fosse configurando-me com Ele.
Que bela a frase de Claret! Quem tentou alguma vez aprender a desenhar ou escrever a entenderá sem problemas. Com que cuidado e delicadeza se deve olhar cada traço, cada ângulo, cada forma. E, de repente, o mistério, enquanto tentamos aprender, vemos que realmente é Jesus mesmo quem vai desenhando e aperfeiçoando sua obra em nós. Coloque-se a olhar o ‘modelo’; seu Espírito irá fazendo seu trabalho.
É importante para você olhar Jesus e ir configurando-se com Ele? Em que se nota este seu desejo? Que qualidades ou virtudes suas o impressionam mais?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação do nosso Padre Fundador

09 de novembro de 2019

Os dez mandamentos são como outros ramos, procedentes dos ramos principais, que são amor a Deus e amor ao próximo, alimentados ambos pelo tronco comum que é o Amor. É natural e necessário ao homem, pois sem ele não se pode viver; é tão fácil, pois basta querer para poder; é tão doce, pois amar a Deus e ao próximo é sentir o coração inundado em uma balsâmica e deliciosa suavidade, enquanto que os remorsos o agitam e torturam, e sem o amor se abrem as portas para o ódio.
O trem. Barcelona 1857, p. 68).

NASCIDOS PARA AMAR

Nos últimos anos aplaudimos os Papas quando os vimos usarem internet, abrirem perfis nas redes sociais e fomentarem seu uso para evangelizar.
Este texto de Claret pertence a uma das suas três obras que contém a palavra “Trem” no título. Quando escreveu a primeira não tinham passado dez anos da inauguração da primeira linha ferroviária espanhola. A criatividade de Claret nos ensina muitas coisas. Não só introduz o trem no título, mas recorre a ele como comparação; a sociedade é como um trem: contagia felicidade se sabe andar pelos trilhos, leva desgraça se descarrila. Claret foge do discurso longo e pesado, do monólogo e articula uma obra que consiste no diálogo que mantém três passageiros (Sr. João, Sr. Prudêncio e Sr. José). Até a forma de publicação é sugestiva; o texto, é acessível em formato de livrinho único, aparece também nos jornais em doze capítulos. Quanto temos nós que aprender de Claret nestes tempos de nova evangelização!
Para não complicar as coisas, o santo não se perde nos detalhes, vai ao miolo da questão: a obra tem dois títulos: “O trem ou meios para conseguir a felicidade e evitar a infelicidade ou desgraça”. A felicidade! Existe algum ser humano que não aspire à felicidade, embora muitas vezes desvirtue o significado da palavra? A constituição espanhola de 1812 havia proclamado como objetivo do governo a felicidade do cidadão; a felicidade havia aparecido na Declaração da independência do que hoje são os Estados Unidos da América do Norte (1776) e na declaração francesa de Direitos do Cidadão (1789). Todos nós acreditamos ter direito à felicidade. Todos nós queremos ser felizes. Claret vai ao centro do assunto. Amor e felicidade, duas palavras das mais usadas no século XXI.
Que significa para você a felicidade? Tem algo a ver com Deus e com seus projetos? Como encaixa em sua ideia de felicidade o amor ao próximo?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todo dia uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

08 de novembro de 2019

Uma criança preservada na inocência por uma boa educação é, aos olhos de Deus, um tesouro mais precioso que todos os reinos do mundo.
Aut 276

A INOCÊNCIA NÃO TEM PREÇO

Os valores que hoje contam em nosso mundo têm algo a ver com o triunfo e com as regras de uma sociedade competitiva. E também somos sensíveis à liberdade, justiça, solidariedade, etc. Mas nas pesquisas sobre valores não aparece a inocência. Soa como um ideal impossível ou muito pueril em uma sociedade ‘adulta’, autossuficiente e, amiúde, corrupta. E, no entanto, a inocência, simbolizada pelas crianças, nos restitui a verdade do que o mundo deveria ser.
Neste sentido, uma criança é sempre uma lembrança do mundo perdido ou, talvez, do mundo que Deus sonha, do mundo que está por vir. Uma criança é um tesouro. As sociedades que controlam o nascimento das crianças (pensemos, por exemplo, na política chinesa do ‘filho único’) estão preparando seu próprio túmulo, porque renunciam à melhor ‘reserva de humanidade’ que possuímos. Rabindranath Tagore dizia que cada vez que uma criança nasce caímos na conta de que Deus não se esqueceu do nosso mundo. Um mundo sem crianças, muito adulto, não sabe de onde vem e nem para onde vai.
Claret diz que a criança pode conservar ou perder sua inocência segundo a educação que receber. É um chamado à responsabilidade. Jesus tem palavras duras para quem perverte a inocência de uma criança: “Se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar” (Mt 18,6). A perversão não se reduz ao “abuso sexual dos menores”, que tanto mal tem feito e continua fazendo hoje em dia. Existe talvez uma perversão mais sutil e danosa: roubar a inocência da criança que coloca sua confiança em Deus como Pai e quer viver sua vida como filho digno, livre, seguro e feliz. Toda boa educação teria que ajudar a criança a consolidar e desenvolver esta experiência.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

07 de novembro de 2019

Oh! meu Deus! Eu prometo que farei de tudo. Pregarei, escreverei e farei circular livros bons e folhetos em abundância a fim de afogar o mal com a abundância de bem.
Aut 453

AFOGAR O MAL COM O BEM

Os antigos manuais de ascética ensinavam que cada um procurasse a ‘paixão dominante’, isto é, o defeito que mais estorvava seu progresso espiritual. Uma vez descoberto, se estabelecia todo um programa de luta contra ele. Pois bem, alguém que conheceu de perto Claret afirmou que sua ‘paixão dominante’ era a pregação.
Claret foi, antes de tudo, um pregador. Fundou seus missionários com um objetivo imediato: missões populares e exercícios espirituais. Somente depois, sempre relacionados com o serviço da palavra, assumiram outros ministérios. Não é imaginável o número de sermões pregados por Claret. Em julho de 1861, enquanto preparava uma viagem com a família real, escrevia: “Meu grande pesar é ter que estar estacionado nesta corte. É verdade que prego sempre nos cárceres, hospitais, asilos, colégios, conventos e para o povo; mas não me satisfaz; eu gostaria de correr… No dia 15 sairemos para Santander, onde penso saciar-me…” (EC II, p. 321). Nesta viagem aconteceu o incrível: durante a parada do trem real na estação, Claret, desde a janela, fez uma prática para o povo que estava na plataforma. Ao voltar, dia 16 de agosto, pregou em Burgos onze sermões.
Como a palavra falada lhe parecia pouco, Claret se dedicou com assiduidade à pena. Já em 1847 havia fundado uma editora, a Livraria Religiosa, com o único objetivo do apostolado. Ele publicou umas 120 obras; como durante o dia pregava e confessava, escrevia tantas obras, “roubando horas de sono”.
Que bom seria se muitos crentes de hoje tivessem esta ‘paixão dominante’ tão bem orientada e uma astúcia evangélica que lhes indicasse os âmbitos onde introduzir com eficácia a mensagem da fé.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação do nosso Padre Fundador

06 de novembro de 2019

A virtude mais necessária é o amor. Sim, repito e direi mil vezes: a virtude de que mais precisa um missionário apostólico é o amor. Deve amar a Deus, a Jesus Cristo, a Maria Santíssima e ao próximo. Se não tiver este amor, todas as suas belas qualidades serão inúteis; mas, se tiver grande amor, com os dotes naturais, terá tudo.
Aut 438

A VIRTUDE IMPRESCINDÍVEL

Dizem que há pessoas que vivem e pessoas que são vividas; por quem? Pelo que as rodeia. Há vidas com paixão e há vidas sem sabor, de quem animicamente nem sentem, nem padecem; é uma profanação do precioso dom da vida; este, por si só deveria ser suficiente para entusiasmar, para apaixonar (causar paixão). O mero durar não equivale a viver.
Existe paixão quando se experimenta motivo para levantar-se cada manhã e colocar-se a trabalhar, porque há algo, ou alguém, que me diz muito. Somente neste caso se vive vida verdadeiramente humana, não mecânica; cada um decide e age; não é levado, mas vai.
As palavras do Padre Claret que hoje motivam nossa reflexão são autobiográficas: ele viveu assim. Sua passagem pelo mundo não foi o de um atormentado, mas sim o de um apaixonado: a causa de Deus tinha um grande significado para ele, a causa do irmão também, e lhe faltava tempo para servir uma e outra. Em alguns exercícios espirituais faz o propósito de não perder um minuto de tempo; como o dia lhe era curto, roubava tempo nas suas horas de sono, até habituar-se a não dormir mais que três ou quatro horas por noite.
O único título que Claret quis para si mesmo, e o pediu e obteve, foi o de “Missionário Apostólico”, isto é, poder dedicar-se a testemunhar Jesus Cristo segundo o modelo dos Apóstolos. Esta foi a febre que continuamente o abrasou. Quando fala do amor como a força que dinamiza as qualidades naturais, não teoriza, mas fala de si mesmo. Há algo que não parece ter conhecido: falta de vontade, aborrecimento ou desânimo. Ele confiou sempre na providência, mas isto não diminuiu sua responsabilidade no uso dos próprios talentos, sempre impelido pelo amor.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação do nosso Padre Fundador

05 de novembro de 2019

Nunca briguei com ninguém; procurava ser bom com todos. Não gostava de rir, embora sempre manifestasse alegria, doçura e benignidade.
Aut 386

ALEGRIA E DOÇURA DE QUEM ACREDITA

Textos como este podem deixar a impressão de um Claret ingênuo, sem valores que defender ou critérios que fazer valer. Mas foi o contrário: em sua pregação e em seus livros argumenta de forma contundente, mas sem o menor sinal de agressividade. Não quer assustar, mas acompanhar na busca da verdade; gosta da suavidade e da mansidão evangélica. Quando na pregação queria combater certos vícios, o fazia, segundo suas palavras, “como quem cozinha caracóis, que os coloca na panela com água fresca, e com a frescura da água eles saem para fora e como a água vai se esquentando pouco a pouco até ferver, ficam assim mortos e cozidos; mas se alguém imprudentemente os lançasse na panela com água quente, se recolheriam para dentro da casca, e ninguém os poderia tirar de lá. Assim me comportava com os pecadores de toda classe de vícios e erros” (Aut 290).
Hoje estamos acostumados a debates televisivos ou jornalísticos em que cada um tenta desqualificar o outro com os argumentos mais contundentes. Não se pretende colaborar com o outro, mas a aniquilar o outro; aí o amor não tem espaço. Somente quando há amor se transmite vida. O diálogo cristão não é para derrotar, mas para crescer juntos.
Existiu toda uma tradição ascética da “seriedade”; éramos lembrados de que, segundo os evangelhos, “Jesus nunca o viram rindo, mas, chorando algumas vezes” (Aut 386); isto se percebe muito bem no livro de Humberto Eco “O nome da rosa”. Claret participou desta corrente ascética, mas lhe colocou sua correção; em sua vida está muito presente a alegria; sofreu muito, mas teve grandes alegrias interiores. O grau e profundidade da alegria não se medem pelo estrondo da gargalhada, mas pela paz interior e pela doçura.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação do nosso Padre Fundador

04 de novembro de 2019

Nunca cobrei um centavo como propriedade do que mandei imprimir; pelo contrário, dei gratuitamente milhares e milhares de exemplares e ainda hoje em dia estou doando e doarei até a morte.
Aut 328

TESTEMUNHO IRREFUTÁVEL

A gratidão é uma experiência que parece estar faltando hoje. Muitas vozes amáveis aparecem em nossas linhas telefônicas, nas mensagens de texto e de outros modos, convidando-nos a solicitar e/ou aderir a todo tipo de ofertas tentadoras que nos farão a vida muito mais fácil e prazerosa: “Em que posso ajudá-lo?” Mas por trás de cada oferta há muito interesse econômico e se move toda uma economia nem sempre limpa.
Quando alguém se aproxima de nossas vidas por solidariedade, custa-nos confiar, já que também se incrementaram as redes de tráfico de pessoas, de enganadores de todo tipo e, sobretudo, nas grandes cidades, reina um clima generalizado de desconfiança. No entanto, o panorama não é tão sombrio, porque há muitas outras organizações humanitárias e religiosas que prestam serviços gratuitos e tentam criar uma forma alternativa de relações sociais.
O Padre Claret nos fala de sua evangelização por meio da distribuição de milhares de livros, folhetos, opúsculos e estampas, distribuição sempre gratuita, eloquente sinal de que a “política de serviço pelo Reino” é diferente. O fato de ter traçado um plano para que a literatura cristã chegasse ao povo é algo muito estimulante para nossa época.
Muitas vezes acontece que projetos de difusão da Palavra de Deus ou outras iniciativas pastorais não prosperam ou não se estabelecem suficientemente por falta de bens destinados à sua elaboração, manutenção e distribuição. Fica pois o convite a reforçar uma cultura da solidariedade voltada a colocar tudo o que há de melhor de cada um e de cada comunidade para o serviço evangelizador.
Talvez esta última consideração tenha ressoado em seus ouvidos e você possa comentar com os vizinhos: como inventar modos gratuitos de espalhar o que é bom, o Reino de Deus, em nossa sociedade?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

03 de novembro de 2019

Devemos amar a Nossa Senhora e ser seus devotos, porque a devoção a Maria é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação.
Carta a um devoto do Coração de Maria, em EC II, p. 1504

AMOR A MARIA SALVADORA

Claret, desde criança, perdia o sono com o pensamento dos pecadores que corriam o risco de condenação. Este sentimento cresceu como uma torrente e foi o motor do seu ardor apostólico. Mas não caiu no desvio de apresentar Maria como um contrapeso à justiça de Deus. Esta é a síntese da doutrina equilibrada e que a intuição de Claret captou antes do Concílio Vaticano II.
A misericórdia preside a História da Salvação: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de misericórdia e Deus de toda Consolação” (2Cor 1,3). A misericórdia divina se faz visível na pessoa de Jesus. E quis fazê-la visível também na ternura materna da sua Mãe. E ninguém como Ele sabe que coração deu às suas criaturas; e por isso nos deu sua Mãe, para que fosse também nossa. Mas fique bem claro que a misericórdia que pedimos a Maria milhões de vezes (“volvei a nós vossos olhos misericordiosos”) não é outra coisa que o reflexo que brilha sobre o mar infinito da misericórdia da Trindade.
É Deus em seu amor quem criou esta criatura excepcional que é Maria, Virgem e Mãe. Maria se impregnou tanto da misericórdia divina que se ‘misericordializou’. Não é uma porta de escape diante da justiça divina, mas a misericórdia divina que se reflete no Coração de Maria e transborda, para regar e fecundar a aridez do coração humano.
Entre os missionários que participam do carisma claretiano, sempre empenhados em procurar os melhores meios de evangelização, tem atualidade permanente um texto que guiou a renovação pós-conciliar (documento sobre seu “Patrimônio Espiritual”, 1967), onde afirma: “Nosso Pai se valeu da devoção ao Coração de Maria como arma eficacíssima em seu apostolado multiforme”; e depois acrescenta: “o missionário claretiano contempla Nossa Senhora como modelo… submetido à sua ação maternal… Por este meio o apóstolo claretiano se reveste do afeto materno que o Concílio reconhece como necessário para participar da Missão da Igreja e cooperar com a salvação dos homens”.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

02 de novembro de 2019

Desejo ansiosamente ir ao céu para ver Jesus amado e louvado pela Corte Celeste, esta para mim será a maior alegria e satisfação que espero gozar, mais que a glória que a mim possa dar-me a misericórdia de Deus (…). Por ora Ele me vai dirigindo pelo caminho das penas e desgostos, que são bastante fortes; mas também são grandes os auxílios que o Senhor me oferece. Bendito seja Deus.
Carta à V. M. Antônia París, 9 de abril de 1866, em EC II, p. 1143

DEUS SERÁ MEU DESCANSO

Claret manifesta aqui seu profundo cristocentrismo, que deve ser o núcleo vital na existência de todo discípulo do Senhor. Não é que não aprecie devidamente as realidades desta vida, realidades mistas, feitas de dificuldades e de consolações (pois Deus permite de tudo), mas que tem clara a meta para a qual estamos caminhando e que dá sentido a quanto fazemos: o encontro com o Senhor. O grande missionário havia falado muito e escrito muito sobre o céu; como não ter ele o olhar colocado nesta gloriosa meta! Por outro lado, considerando sua própria vocação, percebe que seus serviços eclesiais estão praticamente cumpridos.
Mas, inclusive nisto, Claret não leva em consideração simplesmente o “proveito” ou vantagem (glória, misericórdia) que possa receber da sua vida entregue, mas a pura e simples contemplação do seu Amado: Jesus Cristo. Teve e tem seu olhar em Jesus, não em si mesmo. Recorda-nos aqueles versos anônimos do século XVI, que alguns atribuem a Santa Teresa de Jesus: “Não me move, meu Deus, para querer-Te / o céu que me tens prometido, / nem me move o inferno tão temido / para deixar por isso de ofender-Te. / Tu me moves, Senhor, move-me o ver-Te / cravado em uma cruz e escarnecido, / move-me ver teu corpo tão ferido, / movem-me teus desprezos e tua morte. / Move-me, enfim, teu amor e de tal maneira / que mesmo se não existisse o céu, eu te amaria, / e, mesmo se não existisse o inferno, te temeria. / Não me tens que dar porque te quero, / pois embora o que espero não esperasse, / a Ti quereria”.
É realmente Cristo o centro da minha vida, ou tenho outros interesses, talvez até mesquinhos? Embora comprometido com a realidade em que me toca viver, vivo na esperança da glória e do abraço definitivo e eterno com Deus?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

01 de novembro de 2019

Eu lia com muita frequência a vida dos santos que se distinguiram por seu zelo pela salvação das almas e vi que me produzia muitos e bons efeitos, e dizia a mim mesmo aquelas palavras de Santo Agostinho: “você não poderá ser como estes e estas?
(Aut 226).

CLARET, AMIGO DOS SANTOS

Ao fazer o calendário das memórias e festas do ano litúrgico, a Igreja não só honra com uma justa homenagem a seus filhos mais insignes, mas também nos oferece seu testemunho no seguimento de Cristo. A memória dos canonizados e beatificados tem assim uma intenção pedagógica. Os santos constituem uma inspiração e uma motivação em nossa vida cristã. Além disso, sua proximidade é também terapêutica, porque nos despertam e nos estimulam no nosso relacionamento com Deus e na entrega aos demais. São Francisco de Sales dizia: “Se quiser ser bom, coloque-se ao lado dos bons”.
É o que observamos claramente em Claret. Ele leu muitas ‘vidas exemplares’, que lhe ofereceram fortes motivações para seguir Cristo Missionário. Particularmente se concentrou em santos que se destacaram no anúncio da Palavra. Em primeiro lugar menciona em sua Autobiografia o exemplo dos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Elias e os profetas menores. As vidas dos apóstolos Pedro, Paulo, Tiago e João provocaram-lhe também admiração. Ficou especialmente entusiasmado com o zelo de Paulo. Também outros muitos santos e santas que se distinguiram pelo seu ardor apostólico: São Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua, São Francisco Xavier, São Vicente de Paulo, Santo Inácio de Loiola, Santo Afonso Maria de Ligório, São Francisco de Sales, São João de Ávila e o Beato Diego de Cádiz, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa Maria Madalena dei Pazzi e Santa Rosa de Lima.
Também nós encontramos neles modelos viventes de fé e luz para captar como é o seguimento de Cristo. Juntamente com eles têm muito a nos dizer numerosos missionários e mártires do nosso tempo, valentes testemunhas de Cristo.
Amigo leitor, por que não lê a vida de algum destes santos? Por que não começa por uma vida de Claret, ou pelos Beatos Mártires Claretianos de Barbastro? Você verá que não será tempo perdido.

Fonte: Claret.org