Claret Contigo

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

20 de novembro de 2019

Oh! meu Jesus, eu vos peço uma só coisa que eu sei que Vós quereis conceder-me. Sim, meu Jesus, eu Vos peço amor, grandes chamas deste fogo que Vós tendes feito descer do céu à terra. Vinde, fogo divino, vinde fogo sagrado; inflamai-me, abrasai-me, derretei-me e derretei-me no molde da vontade de Deus.
Aut 446

FOGO DIVINO

Na pregação pública de Jesus e na ‘educação especial’ aos seguidores mais próximos o amor ao próximo é o tema recorrente. Relembra uma e outra vez o mandamento principal da antiga lei: “amar a Deus com todo o coração, com toda a alma… e ao próximo como a si mesmo” (Mc 12, 30-31), e esclarece que o distintivo de seus discípulos consistirá em amar até chegar a dar a vida pelo outro (cf. Jo 15, 12-13).
Quando o Padre Claret pede com grande desejo este amor, está demonstrando que já o possui, mas deseja que cresça mais. Uma imagem especialmente do gosto de Claret foi a da frágua. Já não existem mais hoje em dia ferreiros artesanais como no seu tempo, mas não é por isso que a imagem nos torna ininteligível. O ferro, matéria fria e dura, colocada no fogo, se faz amoldável e por isso abrasador como o mesmo fogo; não se pode tocá-lo. Quando alcança este estado quase líquido é maleável, se pode dar a ele a forma que se deseja; e isto o faz o ferreiro na base de marteladas sabiamente dirigidas.
Na Bíblia é bem conhecida a imagem do oleiro (cf. Jr 18, 1-7), que dá ao barro a forma que deseja. “Eu quero ser, Senhor amado, como o barro nas mãos do oleiro…” diz um cântico religioso muito conhecido na Espanha, expressar um nobre desejo: que Deus nos dê a forma que ele quiser.
Segundo Claret, somos parecidos ao ferro e precisamos que o fogo do amor nos derreta para que Jesus nos modele. E a forma a que estamos chamados a adquirir é simplesmente a sua: nossa vocação não é outra que a configuração total com o Filho para sermos filhos nele, partilhando seu projeto, seus ensinamentos e, quando Deus quiser, seu ser glorioso.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

19 de novembro de 2019

Maria esmagará sua cabeça, seus erros, seus vícios e seus enganos. Avante, cristãos todos, amor, confiança e devoção sincera e fervorosa a Maria Santíssima, que é Virgem e Mãe de Deus! Com ela tudo poderemos. Imitemos suas virtudes, como filhos de tal Mãe. Valhamo-nos da bela devoção do santíssimo rosário.
O egoísmo vencido. Roma 1869, p. 52. Texto castelhano em EE p. 412

CONSCIENTES DIANTE DO ERRO

A época do Padre Claret não foi rica em criação teológica, mas sim de trabalhos apologéticos; estes tinham a intenção de demonstrar racionalmente a verdade do católico diante da falsidade dos demais sistemas de pensamento religioso. Estava ainda muito longe do diálogo ecumênico propiciado pelo Vaticano II. De fato, o Padre Claret não conheceu um protestantismo sereno e dialogante, nem o era o catolicismo de então, mas um protestantismo bem invasor e agressivo.
Sendo Claret Arcebispo em Cuba, um país tradicionalmente católico, atracou na Ilha um barco carregado com grande quantidade de Bíblias de edição protestante, isto é, sem introduções, nem notas explicativas e com traduções às vezes tendenciosas. Ele não pode perceber isto senão como um ataque e uma intromissão na parcela eclesial que estava encomendada a ele. Anos mais tarde escreveria: “o protestantismo não foi nem é atualmente outra coisa que uma violenta explosão de todas as paixões rancorosas contra a Igreja Católica” (EC II, p, 600). Foi atribuído a Claret, hoje se sabe que erroneamente, um opúsculo com o título: “Antídoto contra o contágio protestante”, editado pelo menos cinco vezes durante o século XIX; a atribuição pode estar baseada no fato de que ele tenha manifestado a intenção de escrever algo a respeito (EC I, p. 1168).
No texto que hoje meditamos Claret fala de erros e enganos e naturalmente da prevenção diante deles. E indica precisamente a espiritualidade mariana como caminho para resistir às seduções do erro. Atualmente a igreja nos convida a captar os valores positivos de ouros credos, a entrar em diálogo, inclusive com religiões não cristãs; trata-se de abrir janelas, segundo São João XXIII. Isto não é um convite à ingenuidade acrítica; existe o mal, os vícios de que falava Claret, o que nosso instinto espiritual nos diz que não é compatível com a adesão a Jesus. E Maria pode nos acompanhar nesta caminhada para o outro.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

18 de novembro de 2019

Deus, na alma do justo, faz o mesmo que o fogo, ilumina, aquece e converte em fogo o combustível, derrete os minerais, faz pó das pedras; pois estes mesmos efeitos causa o fogo que Jesus veio trazer sobre a terra.
Os seis efeitos da oração, em A.M.CLARET, O Colegial ou Seminarista Instruído. Barcelona 1860; vol. I, p. 139

DEUS NOS QUER APAIXONADOS

Quando Claret fala de fogo, nos fala de amor; deste amor infinito de Deus que pode encher nossas vidas e transformá-las radicalmente. Um fogo que, como ele mesmo aponta, converte em fogo o combustível: também nós podemos arder de amor.
João Paulo II comenta em um de seus últimos textos: “Quando alguém se sente imensamente amado, não pode participar do mistério do Amor que se doa, limitando-se a contemplá-lo desde longe. É necessário deixar-se abrasar pelas chamas que consomem o holocausto e converter-se em amor. Continuem entregando-se pelo mundo, sempre conscientes de que a única medida do amor é amar sem medida”.
Cuidado! Um amor que tem presente a aguda observação de uma das orações eucarísticas para crianças: por aqueles que amamos e por aqueles a quem deveríamos amar mais.
Nós costumamos a olhar o amor ‘desde longe’, para não complicar a nossa vida. Umas poucas linhas depois destas, Claret convida a “desfazer-se em obséquio a Deus”. Algumas traduções do Evangelho de São João dizem que o bom pastor não é tanto aquele que “dá a vida” pelas velhas, mas aquele que “se desvive” por elas. Desfazer-se, desviver, entregar-se sem medida. Peçamos a Jesus que nos inflame no fogo que veio trazer: Venha a nós o vosso Reino!
Você tem medo de se aproximar do amor? Nota que vai se transformando naquele que ama e contempla? Olha o termômetro do amor fraterno: hoje você ama mais que um ano atrás? A quem?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

17 de novembro de 2019

Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11,29). Jugo é a doutrina moral que ensina e cujo cumprimento é necessário, para que se entenda a graça que com seu exemplo dá aos que carregam o peso para observá-la. Jugo se diz de quem se junta a Jesus para fazer um trabalho e Jesus não o abandona, não deixa sozinho o cristão que quer observar seus preceitos, mas Ele mesmo se junta ao cristão e o ajuda. Não faz como os Escribas e Fariseus que punham sobre os ombros dos outros pesados fardos e eles mesmos não os tocavam nem com um dedo. Jesus Cristo, pelo contrário, carrega sobre si mesmo o jugo que impõe, para que seja mais leve o peso a quem o carrega.
O Trem. Barcelona 1857, p. 76

VOCÊ NÃO VAI SOZINHO

A ocasião é solene, muito solene. Na basílica vaticana se celebrava a Eucaristia de abertura da segunda Assembleia Sinodal dedicada à Europa (1999). Na primeira, em 1991, a queda do muro de Berlim era muito recente e os povos do Leste se encontravam em plena transformação; na segunda, as experiências eram já outras; todo o mundo estava mais preparado para falar e escutar.
A basílica estava cheia. João Paulo II fez uma homilia inesquecível. Algumas frases são ainda de arrepiar: “Jesus Cristo está vivo em sua Igreja e de geração em geração continua aproximando-se do homem e caminhando com ele” afirmou comentando a narração do texto dos discípulos de Emaús. “Ele, continuou dizendo, o Emanuel, o Deus conosco, foi crucificado nos campos de concentração e de extermínio, conheceu o sofrimento nos bombardeios e nas trincheiras, padeceu onde o homem, onde cada ser humano foi humilhado, oprimido e violado em sua irrenunciável dignidade”.
A frase merece ficar gravada na porta de Auschwitz e de Mauthausen, mas também de muitos outros campos soviéticos desconhecidos, de barracões, naves industriais onde maltratam centenas de imigrantes, de elegantes salas de massagens nas quais moças enganadas com o sonho europeu vendem seu corpo ou choram seu último aborto. Cristo, o Ressuscitado, nunca nos deixa sozinhos. Claret o relembra com palavras preciosas: ele mesmo nos ajuda, ‘nos unge’. E nós, que associávamos jugo suave somente com peso, solidão, sacrifício! Bendito jugo o que nos une ao Ressuscitado.
Você acredita de verdade que Cristo nunca nos abandona? Está convencido de que inclusive se aproxima mais de nós quando a vida parece sorrir menos? Você se deixa acompanhar por Ele?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

16 de novembro de 2019

O catecismo para os adultos é o meio que fazia mais fruto, como constatei. Com ele as pessoas saíam da ignorância, que é maior do que se pode imaginar, mesmo entre aquelas pessoas que ouvem sermões com frequência, porque os pregadores supõem um auditório instruído.
Aut 287

VIVER A FÉ REQUER CONHECIMENTO

A fé é, sobretudo, uma experiência de encontro com Deus através de Jesus Cristo. Não é um mero sentimento que muda conforme o próprio estado de ânimo. Este encontro se baseia no que Deus mesmo quis revelar-nos quando saiu e sai ao nosso encontro. O conhecimento desta revelação através da Escritura e da Tradição da Igreja é imprescindível para que a fé seja sólida e possa entrar em diálogo com as culturas. Muitos problemas pastorais de hoje nascem de uma grande ignorância, de ter reduzido a fé a uma mera experiência subjetiva, ao que ‘eu creio’, rompendo todo vínculo com a comunidade dos crentes, com o que ‘nós cremos’. Não podemos fazer atual o que desconhecemos.
Em 1992 foi promulgado oficialmente o Catecismo da Igreja Católica como compêndio atualizado da fé; mas por diversas razões, não teve a resposta que se esperava. Quando falta uma base firme, tudo o que se constrói vem abaixo. Claret foi testemunha da falta de formação de muitos batizados. Comprovou o que Jesus diz na parábola do semeador. Se ao que ouve a Palavra lhe faltam raízes, quando vêm as dificuldades, se desanima e morre (cf. Mc 4,16).
Em seu tempo Claret foi um grande defensor de um catecismo único para todas as dioceses da Espanha: pretendia assegurar a formação cristã básica de todos os batizados. E não só isso. Com o objetivo de ajudá-los a viverem com mais profundidade a vida de fé, compôs “O Caminho Reto”, uma espécie de manual de vida cristã que alcançou numerosas edições. Hoje precisamos seguir uma linha semelhante. Não basta dizer que “o importante da fé é amar o próximo”, por exemplo. Devemos fundamentar o que cremos sobre a base da Revelação recebida. Do contrário, nossas ideias pessoais se colocam no centro e se faz impossível viver uma fé comum como Igreja. Somente a verdade de Jesus nos faz realmente livres.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

15 de novembro de 2019

Em cada coisa criada devo olhar como num espelho onde se reflete a bondade, a sabedoria, o poder e a beleza de Deus e a Ele devo dirigir minha atenção e meu amor.
Propósitos do ano 1862; em AEC p. 701

IR MAIS ALÉM DA PEQUENEZ DAS COISAS

Como atitude humana, o contemplar pode entender-se como uma espécie de enriquecedor contato cognoscitivo com as mais variadas realidades, que vão desde nossa própria intimidade até os mistérios do Deus Altíssimo, passando pelo mundo das coisas que nos rodeiam. Desde o sensorial podemos abrir-nos a uma elevação até o coração da Trindade. A consciência desta maravilhosa capacidade nos fará felizes.
Em tal sentido é bom exercitarmo-nos na contemplação da beleza do nosso mundo, como também da beleza espiritual que chega ao nosso coração em harmonia com tantas pessoas. Através delas podemos, como em um espelho, segundo a expressão de Claret, rastrear a beleza do mesmo Deus, sábia animadora de tudo o que existe. Por esta via vemos não só uma luz da presença de Deus em nosso mundo, mas também a razão do amor que é a que explica seu poder e inspira sua sabedoria. E podemos, ao mesmo tempo, aprender a mover-nos nesta mesma pauta, continuando assim a obra geradora de bondade, justiça e harmonia que constitui nossa oportunidade dentro da grande tarefa confiada à família humana ao longo dos tempos.
No dia a dia, esta contemplação pode nutrir com muitos motivos nossos pequenos momentos de ação de graças, fazer mais lúcido o discernimento que nos pedem nossas encruzilhadas e levar serenidade e alegria ao compromisso de todos na construção evangélica da fraternidade.
A contemplação não é incompatível com a ação. Conhecemos não poucos santos que podem servir-nos de modelo. Foram contemplativos na ação, na missão, no serviço…
Você sabe que a contemplação, mais que elaboração da inteligência, é obra do amor? Você não conheceu pessoas que, como Claret, realizaram um serviço apostólico incrível, impelidos e sustentados pelo fogo da sua oração contemplativa?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

14 de novembro de 2019

Meu irmão, eu o amo, eu tenho mil razões para querer bem a você.
Aut 448

AMOR AO IRMÃO

Quando nos fixamos nos demais, podemos fazê-lo com óculos escuros ou com óculos transfigurantes; este último é o que usa Deus. Segundo o livro do gênesis 1, 31, “viu Deus o que havia feito e tudo era muito bom”; e São João da Cruz, o teólogo poeta, diz que Deus embeleza o que olha: “passou por aqui com surpresa / e enquanto olhava / somente com sua presença / vestia tudo de beleza” (Cântico espiritual); por isso, uma criatura inicialmente feia, diz ao criador: “pode me olhar / depois de me ver / pois graça e beleza em mim deixará”. (ib). Este deve ser nosso modo de olhar, evitando os óculos não adequados que projetariam sobre os outros a feiura aninhada em nosso coração.
Claret tinha para com seus irmãos um olhar teologal: “amo-o porque você foi criado por Deus e à sua imagem e para o céu. Amo-o porque você foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo” (Aut 448). Anos atrás esteve de moda na Espanha uma canção que, entre outras coisas, dizia: “que importa, toda esta gente que olha para a terra e não vê outra coisa senão a terra?” Efetivamente, para ver quase é melhor não ter olhos. Devemos olhar para o alto.
O cristão está chamado a olhar simultaneamente as coisas e através delas: sua origem e seu sentido. Quando uma mãe se fixa em seu filho, não repara se é pouco gracioso ou tem algum defeito físico; mais além de tudo isso, é seu filho! Para ela tem um grande valor.
O amor ao próximo que Claret tanto enfatiza não se reduz a uma complacência estéril. Ele tira imediatamente a consequência: “em prova do amor que lhe tenho, farei e sofrerei por você todas as penas e trabalhos”. O refrão diz que “obras são amores”; por isso Claret à “declaração de amor” acrescenta a seguir sua disposição: “farei por você”.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

13 de novembro de 2019

Meus pais se chamavam João Claret e Josefa Clará, casados, honrados e tementes a Deus e muito devotos do Santíssimo Sacramento do Altar e de Nossa Senhora.
Aut 2

O DOM DOS NOSSOS PAIS

O Padre Claret, ao falar-nos de seus pais, não apresenta em primeiro lugar sua posição social e sua idade, etc., mas sua identidade como crentes. Em certo modo está já falando de si mesmo, da sua origem que explica sua forma de ser; menciona justamente três traços de seus pais que constituem as experiências vividas e aprendidas deles. Experimentou o carinho de uns pais que se entregaram totalmente a ele e a seus irmãos. Por isso diz: “tive muito bons pais” (Aut 25), e fala de “meus amados pais” (Aut 22), e de “meu querido pai” (Aut 36). Foram lembrados com carinho durante toda sua vida, reconhecendo que eles trabalharam para formar seu entendimento na verdade e seu coração na prática da religião e das demais virtudes (Aut 25. 28).
Eles lhe ensinaram a ganhar o pão de cada dia com o suor da sua fronte (honrados), colocando-o a trabalhar no tear familiar. Em Barcelona saberá combinar trabalho e estudo e mais tarde explicará que o amor se desdobra no trabalhar e no sofrer. Vivia a transparência e a sinceridade no respeito aos bens alheios. A obediência e a disponibilidade o levaram a buscar a vontade de Deus e a cumpri-la nos momentos cruciais da sua vida (tementes a Deus). Sua piedade eucarística alcançaria seu ápice na experiência mística de sentir-se sacrário vivente, levando dia e noite a presença eucarística em seu interior. A devoção de seus pais a Maria Santíssima deixou em Antônio uma peculiar marca; tudo na sua vida estará tingido de marianismo; Maria será “seu tudo despois de Jesus” (Aut 5).
As sementes que seus pais depositaram nele durante sua infância se converteram depois em fruto maduro, em extraordinária vivência mística.
O que mais valorizo em minha herança espiritual e moral recebida de meus pais? Continua presente em mim, talvez transformada, fortalecida, mais fundamentada? Ou talvez abandonada?

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

12 de novembro de 2019

Mais do que convencido sobre a utilidade e a necessidade do amor para ser um bom Missionário, procurei este tesouro escondido, mesmo sendo preciso vender tudo para possuí-lo.
Aut 442

O AMOR, TESOURO ESCONDIDO

Entre as parábolas de Jesus figuram as brevíssimas do tesouro escondido no campo e a da pérola preciosa que encontra um mercante (cf. Mt 13, 44-46). Os peritos em bíblia dizem que a expressão mais importante destas parábolas é a nota quase marginal “cheio de alegria pelo achado”. Claret percebeu o grande valor do amor; foi para ele o grande tesouro. Realmente não vai mais além da expressão do Cântico dos Cânticos, que diz: “Se alguém quiser comprar o amor com todas as riquezas da sua casa, seria um ente desprezível” (Ct 8,7). Seria uma deplorável profanação do amor contrabalançá-lo com o sujo dinheiro.
A pergunta que nos vem é se o amor pode ser “provocado”, se pode ser comprado, se somos donos desta atitude de ânimo ou é ela que nos domina. Se perguntássemos a uns noivos a razão da sua atração mútua, provavelmente responderiam que no amor não se sabe se um é ator ou vítima. Mas este é o amor sentimental, ás vezes também erótico, muito distinto do amor oblativo, o da disposição a dar a vida, o que vai muito mais além de uma simpatia natural ou complacência.
Ao amor oblativo se refere Claret e por ele se esforça, até enumerar vários meios para consegui-lo. Mas este amor chegou a fazer-se também sensível, carinhoso e terno: “eu os quero tanto que me torno louco” diz aos missionários (EC II, p. 352). Esta transformação do coração, segundo anotação em seu diário espiritual no dia 12 de outubro de 1869, chegou a esta sublimidade: “Às onze e meia do dia de hoje, o Senhor me concedeu o amor aos inimigos”.

Fonte: Claret.org

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

11 de novembro de 2019

Jesus Cristo desceu da cruz. E nos ensinou como gosta de ser despregado por meio de uma boa confissão, porque quem peca o crava na cruz e quem se confessa bem, o liberta dos pregos.
Relógio da paixão, em EE p. 200

DESCRAVEMOS JESUS

O Padre Claret fala neste texto do primeiro efeito do sacramento da reconciliação: descravar Jesus. Este nos arranca de uma vida longe d’Ele. A volta do filho pródigo foi a causa de uma festa (cf. Lc 15, 32), pois a conversão de um só pecador alegra a Deus mais que a fidelidade de noventa e nove justos (Lc 15,7). A vocação de Levi é seguida de um alegre banquete (cf. Lc 5,29). A entrada de Jesus na casa de Zaqueu, celebrada também com um banquete, muda o coração de Zaqueu, que agora se propõe a corrigir sua conduta errada (cf. Lc 19,1-10). A renovação do coração é o que Jesus esperava de quem contemplava seus milagres [Mt 11, 20s]), renovação que alegra o coração do mesmo Deus.
Na espiritualidade de Claret jogam um papel relevante a dor de Deus pelo pecado, o ‘Deus injuriado’ (Aut 16), e o Filho maltratado e crucificado pelo pecador (Aut 17). O trabalho de Claret pela conversão de todos (cf. Aut 233) é também por ‘alegrar’ o coração de Deus.
O sacramento do perdão restaura a relação do homem com Deus. O penitente reconhece seu pecado, reconhece seu menosprezo do amor de Deus e se situa de novo no raio de ação da sua ternura. Neste sacramento se celebra a generosa misericórdia do Pai e a compaixão de Jesus. E esta experiência conduz, da forma mais natural, a um novo gênero de vida, a um compromisso de amor. Se não se chegar a isto, um rito simplesmente ser feito, mas não se terá experimentado a restauração pessoal. Deve ser, portanto, algo muito distinto da mera apresentação de uma minuciosa lista de pecados; supõe um passo firme no compromisso da luta pela realização do plano de Deus, tanto a nível pessoal, como social e inclusive cósmico.
Estamos conscientes do dano que nos fazemos ao empreender caminhos opostos ao plano de Deus? Como vive você o sacramento da reconciliação? É uma experiência de crescimento em sua opção evangélica? Alguma vez a rotina o desvalorizou?

Fonte: Claret.org