Claret Contigo

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

29 de dezembro de 2019

“Lúcifer e seus sequazes são obstinados inimigos de Deus e dos homens e por causa da sua soberba e inveja nos fazem guerra contínua. Deus o permite para nosso bem, porque nós que vivemos na terra formamos a Igreja militante e devemos combater e lutar, como diz o Apóstolo São Paulo” (L’egoismo vinto, Roma 1869, p. 45; texto castelhano em EE p. 405).

LUTA SEM TRÉGUA

A vida humana leva consigo um convite à valentia na luta contra o mal, cuja presença todos nós experimentamos; um mal que tem dimensões pessoais e sociais. Tentamos proteger-nos dos embates do mal e ajudar a outros na mesma luta; em alguns âmbitos esta luta é particularmente dolorosa. Ao nascermos já somos colocados em um ambiente de egoísmo, violência, hedonismo. Por aí explicam hoje muitos a clássica doutrina do “pecado original”, ou o que diz o Salmo 51,7: “Pecador me concebeu minha mãe”. Naturalmente, as forças do mal não são as únicas: o joio cresce no meio do trigo (cf. Mt 13, 27-28); trata-se de ver quem acaba vencendo.
Jesus nos ensinou a pedir ao Pai que não nos deixe cair na tentação, isto é, a sedução pelas forças do mal (cf. Lc 11,4), e São Paulo, conhecendo a tendência humana ao mal, exclamava: “Faço o mal que não quero e não faço o bem que quero” (Rm 7,19). Por isso, à comunidade de Éfeso lança o convite a “revestirem-se das armas de Deus para poderem resistir aos ataques do diabo, colocando-se o elmo da salvação e cingindo-se com a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6,11-17).
Para Claret, cada crente deve ser um militante contra o mal, um guerreiro contra os poderes hostis ao plano de Deus. Quando se ordenou de diácono, ao ouvir a leitura de Efésios 6, 12 e seguintes, percebeu com especial clareza este chamado pessoal à dura luta (cf. Aut 101), e a luta contra o mal foi o eixo de toda sua vida missionária. Considerava-se uma seta colocada nas mãos de Maria e lhe pedia: “lançai-me contra Satanás” (Aut 270). Sua vida mística de íntima união com Jesus na Eucaristia a percebeu como uma nova preparação para este combate (cf. Aut 695). À Academia de São Miguel, associação apostólica leiga que fundou em Madri em 1859, lhe conferia este mesmo objetivo.

Temos nós o devido sentido crítico para captar o desafio do mal, dos poderes antievangélicos? Quais são nossas estratégias para o combate?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

28 de dezembro de 2019

“Vejam só como Satanás espalhou seu último veneno sobre a sociedade; por isto vemos que a pessoa humana e a sociedade inteira se perdem por falta de luzes e de virtudes; e nós temos a obrigação de aplicar o eficaz e único remédio: que é Jesus Cristo, sua doutrina, seus sacramentos e seu sacrifício que é a missa, já que Jesus é a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo, como diz São João. À falta de virtudes e à corrupção dos costumes devemos enfrentar com a devoção a Nossa Senhora” (Carta ascética… ao presidente de um dos coros da Academia de São Miguel. Barcelona 1862, p. 50).

ABRIR ESPAÇO PARA DEUS

Na conclusão deste livrinho, dirigido aos leigos, o Padre Claret sublinha a situação social do seu tempo que estava já envenenada pelo secularismo incipiente. Este, não reconhecendo vínculo algum entre Deus e o criado, tentava afastar a sociedade dos valores evangélicos e da visão transcendente da vida. O efeito foi um resfriamento na vivência cristã que se fez notar também na vida social.
O Padre Claret se vê obrigado a advertir a sociedade sobre o perigo deste distanciamento de Deus. Por isso, anima os leigos a viverem a presença de Jesus Cristo através do seu contato com a Palavra de Deus, os sacramentos, a Eucaristia e com uma espiritualidade mariana. Está muito consciente da importância do laicato na recristianização da sociedade. Serão eles que deverão enfrentar com todas as forças o desafio do secularismo, pois são eles que mais diretamente padecem as consequências de um sistema que quer cancelar a presença de Deus e os valores do seu Reino.
Os remédios que Claret propõe contra este perigo têm valor somente na medida em que se interiorizem. Viver a presença do divino na sociedade implica a percepção da imagem e da voz de Deus em cada pessoa e em cada acontecimento. Apresentar sua doutrina é viver seu Evangelho, escutando Jesus como um discípulo ao seu mestre. Celebrar seus sacramentos não é cumprir escrupulosamente uns ritos, mas atualizar o efeito da redenção. Viver a Eucaristia é identificar-se com o sacrifício de Jesus, com seu corpo partido por amor ao Pai e à humanidade. E a autêntica devoção mariana, última proposta de Claret, não é crescer em um devocionismo piedoso, mas viver uma filiação amorosa, fazendo “tudo que Ele vos disser” (Jo 2,5), celebrando a vida com alegria em meio à nossa luta cotidiana pelo Reino.

Como é sua vivência dos sacramentos? São eles uma obrigação rotineira ou uma forma de armar-se em sua luta contra o poder do mal?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

27 de dezembro de 2019

“Quando for dormir dirigirei meu coração ao templo que esteja mais perto para pensar no Senhor Sacramentado, suplicando aos Anjos que velem por mim e assim enquanto eu durmo, para fazer a vontade de Deus, meu coração estará vigilante” (Propósitos do ano de 1868; em AEC p. 721).

MISTERIOSA PRESENÇA

Claret orava sempre, inclusive quando dormia. Sabemos que dormia pouco e este texto nos diz que procurou fazer do sono oração. Isto quer dizer que para quem vive consagrado ao Senhor não existem atos totalmente seculares ou ‘neutros’. Tudo o que faz ou diz adquire uma dimensão superior. É muito estimulante ver que Claret satisfazia a necessidade corporal do sono como um ato de entrega à vontade de Deus. Ele somente queria sentir Deus em tudo. Sentia-se tão unido a Cristo que enquanto se vestia pela manhã, pensava na encarnação, com a qual o Senhor se vestiu de humanidade; e pela noite, ao despir-se, seu sono e sua cama lhe lembravam a sepultura. Era uma intimidade sentida quase fisicamente. Com que liberdade chamava os Anjos para que velassem em seu lugar diante do sacrário! Maravilhosa percepção da presença de Deus.
Podemos dizer que se trata de uma graça especial que somente a ele foi concedida? Não creio. É um claro patrimônio que todos nós herdamos dele. Este traço distintivo é uma dádiva para nós, que vivemos em um mundo tão barulhento e agitado. A percepção da presença de Deus no íntimo de nós mesmos será fruto de oração frequente, prolongada e profunda. E é um fator chave em nosso crescimento espiritual.
Esta oração se chama hoje “vida em oração”, já que nossos corações estão permanentemente nas mãos de Deus, ao longo de todo o dia, inclusive durante o sono. E esta espiritualidade é muito adequada à geração presente, que frequentemente está tomada por agendas estressantes e trabalhos ininterruptos, sem tempo para deter-se, orar, descansar, refletir, relaxar-se.

A oração vital é um ato contínuo de presença de Deus em nossa mente, tendo-O no centro de tudo, de modo que cada palavra e cada ação provêm da sua silenciosa assistência. É assim como o Reino de Deus vem a nós: introduzimos Deus nas realidades terrenas e mantemos viva a orientação do mundo para seu criador.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

26 de dezembro de 2019

“Nossa Senhora teve para comigo uma especialíssima providência e me tratava como um filho muito mimado; não pelos meus méritos, mas por sua piedade e clemência” (Graças concedidas por Maria ao mais indigno de seus filhos; em AEC p. 540)

AMOR MATERNO

Chama a atenção o fato de que o missionário Claret, quando quis definir o que é um missionário, tenha escrito: “Um filho do Imaculado Coração de Maria é um homem que arde em caridade e abrasa por onde passa; que deseja eficazmente e procura por todos os meios inflamar o mundo inteiro com o fogo do divino amor…” (Aut 494).
Parece claro que quis dar uma definição da sua própria experiência e caberia acrescentar, da sua própria graça vocacional. Não é só uma opção pessoal. Isto tem sua explicação na forte devoção a Maria que Claret cultivou desde pequeno. Sempre a considerou como Mãe, aplicando-se a si mesmo as palavras de Jesus a Ela e ao discípulo ao pé da cruz (cf AEC p 516). Por outro lado, sabia que a missão de Jesus havia sido possível graças à aceitação da Virgem de Nazaré: uma aceitação que a constitui mãe e participante de toda a obra missionária de Jesus por todo o sempre.
Por isso, na espiritualidade de Claret são realidades inseparáveis o ser filho e o ser enviado ou missionário. Esta foi a experiência de Jesus. E quer dizer que, juntamente com o amor de Deus Pai, na história terrena e na obra de Jesus teve um papel decisivo o amor materno de Maria.
Muito disto está arraigado na piedade popular. Contamos com o amor de Maria nossa Mãe em todas as situações do nosso caminho espiritual, de toda nossa vida. São expressão disso os muitos títulos que usamos quando a ela nos referimos. E todos eles têm sua base no sermos filhos do coração materno de Maria, fonte do nosso amor aos irmãos e de nossa atitude de serviço à imitação da Virgem.


Pode ser-nos útil tomar consciência do vínculo que nos une a Maria nossa Mãe. Talvez tomemos para nosso proveito pessoal seus gestos maternos, mas longe de dispormo-nos como instrumentos de ternura que ela precisa para fazer chegar aos mais abandonados e distantes a vida nova de Jesus.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

25 de dezembro de 2019 – Batizado de Santo Antônio Maria Claret – Natal do Senhor

“Fui batizado na pia batismal da paróquia de Santa Maria de Sallent, no dia 25 de dezembro, no mesmo dia do Nascimento do Senhor, no ano de 1807, embora nos livros paroquiais se diga 1808” (Aut 4).

A VIVÊNCIA BATISMAL

Entre os biógrafos houve uma questão histórica que não havia preocupado o Padre Claret; durante um tempo se discutiu se havia nascido em 1808 ou em 1807, devido à irregularidade nos livros paroquiais.
Depois de mencionar na Autobiografia seu nascimento em Sallent, Claret nos diz do seu nascimento em Cristo e na comunidade cristã. Em seu batismo foi consagrado com a efusão do amor de Deus Pai por meio do Espírito Santo em seu coração (cf. Rm 5,5). Ele alimentou este dom divino ao longo da sua vida com o desejo de identificar-se com o amor de Cristo, que o impelia (2Cor 5, 11): “A caridade de Cristo me impele, me faz correr de um povoado a outro” (Aut 212). Em seu ministério episcopal em Santiago de Cuba, em sintonia com este lema de São Paulo, foi obrigado a percorrer três vezes aquela enorme diocese para partilhar sua experiência do amor de Cristo.
Claret vivia com fome e sede do amor de Deus (Aut 444): “Sim, meu Jesus, eu vos peço amor, grandes chamas deste fogo” (Aut 446). Esta foi sua oração constante. Sentia-se obrigado por este amor a amar a seu próximo, “por mil razões” (Aut 448). Neste processo de viver profundamente o amor de Cristo, via o Coração de Maria como uma frágua em que se aquece no amor e na misericórdia de Deus (Aut 270; 447). Sentia-se inflamado pelo fogo do amor de Cristo, que o manteve disposto a dar o sangue e a vida para aliviar a dor humana. Neste sentido, sua vivência batismal o fez viver ressuscitado com Cristo e morrendo ao pecado.
Nosso batismo não é um mero rito sacramental e, menos ainda, uma celebração social. É um nascer de novo como filhos e filhas de Deus, que deve levar-nos a gozar e agir; estar inseridos em Cristo implica viver da sua glória e operar segundo seus sentimentos.


Você se lembra da data do seu batismo? Celebra aniversário de batismo? O fato de recordar provoca em você um estímulo no seguimento de Jesus?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

24 de dezembro de 2019

“É melhor fazer menos com paciência, mansidão e amabilidade, que fazer mais com precipitação, com raiva, sem vontade e xingando, pois o povo se escandaliza com isto” (Propósitos do ano de 1863, em AEC p. 703).

A DOÇURA, O MEIO EFICAZ

Certamente no fundo desta frase de Claret há uma profunda experiência que poderíamos formular mais ou menos assim: quem salva as pessoas é Deus; não somos nós. Todo cristão e o missionário em particular, tem a vocação de ser testemunha, reflexo ou transparência do desejo de Deus de que todos cheguem a conhecê-lo, a estar conscientes do seu amor e querer viver em comunhão com Ele (cf 2 Tim 2,4). Quem o faz “com precipitação, com ira, sem vontade ou protestando” não estará transmitindo uma ‘boa nova’, nem muito menos será testemunha do Deus da bondade e da misericórdia. A consequência será “que o povo se escandalize” ou não aceite a mensagem cristã, não por causa da mensagem, mas pela forma como lhe chega esta mensagem.
Este modo de agir que se propõe significa estar plenamente convencido de que somente se pode evangelizar na medida em que cada um é evangelizado e é o primeiro em sentir-se interpelado e deixar-se converter pela Palavra que proclama. O mesmo pode dizer-se a nível comunitário. Claret chega a dizer que o sacerdote que trabalha sem amabilidade serve ao diabo e não a Jesus Cristo (cf. Aut 376). Se nós devemos ser testemunhas da presença salvadora de Deus no meio da humanidade, lembremo-nos de que Deus está onde há alegria, bondade, paz, amabilidade, respeito, atenção pelas pessoas (cf. Gl 5,22).

Por isso é importante que existam famílias, comunidades religiosas, grupos de jovens ou adultos, comunidades de base, onde os valores evangélicos se vivam em um clima de prazerosa fraternidade. A mera existência destas comunidades é já um grande meio de evangelização e escola de novos evangelizadores.

Olhando-me a mim mesmo, o que é que domina em minha vida: a amabilidade e a paz interior, ou a ira e o nervosismo, embora com motivos? De onde procedem estas atitudes negativas que tanto podem prejudicar a mim mesmo e aos demais?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

23 de dezembro de 2019 – Nascimento de Claret

“Nasci na cidadezinha de Sallent, Decanato de Manresa, Bispado de Vic, Província de Barcelona” (Aut 3)

O DOM GOZOSO DA VIDA

Depois da introdução, Claret começa sua Autobiografia com a palavra “nasci”. Esta palavra nos explica sua atitude diante da própria vida, considerada sempre como um presente do amor de Deus. E este presente não tem forma abstrata; o lugar de nascimento qualifica a própria existência desde o ponto de vista cultural e religioso: um povoado, com sua identidade e seus costumes e uma diocese, que é o âmbito de pertença eclesial.
Este reconhecimento da vida como dom levou Claret a cuidar dela. Em sua passagem da adolescência para a idade adulta, percebeu a importância de reavivar seu fervor espiritual através de uma escuta assídua da Palavra do Senhor e a correspondente obediência como forma de dar plenitude à sua vida. O episódio do amigo infiel, juntamente com a alegria da fama de excelente fabricante em Barcelona, o levam a redimensionar a própria vida, este “tesouro escondido” com o qual não se pode fazer qualquer coisa. Na experiência de um perigo de morrer afogado no mar, somado ao que viveu anteriormente, descobriu a fragilidade da vida e que esta somente teria sentido se entregue à causa de Deus; isto foi para ele “a melhor parte”, a que se viu chamado a escolher sem vacilar. No futuro, diante das perseguições, rejeições e desprezos por causa da sua entrega evangelizadora (Aut 161), sua fidelidade a esta missão foi o único movente para lutar por sua própria vida.
A vida humana é a vocação primordial entre todas as vocações. Ser pessoa é o compromisso maior que temos; é nada menos que cuidar da imagem de Deus que somos. Nossa vida é um dom que merece ser cuidado e protegido das ameaças a que está exposta, que não se reduzem aos perigos de morte; “mortes parciais” são o desgaste no serviço de Deus, a visão da vida mais além da sua materialidade, a realização no serviço de Deus com projetos e ações e o emprego das próprias energias em fazer com que outros vivam.

Como contemplo eu minha vida? É para mim motivo de alegria agradecida e chamada a frutificar?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Oração do dia 22/12 – 4º Domingo do Advento

Evangelho do dia comentado

22 de dezembro de 2019 – 4º Domingo do Advento

Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Mateus 1,18-24
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Chamar-se-á Emanuel, que significa: Deus conosco (Mt 1,23).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
1 18 Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.
19 José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente.
20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta:
23 “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel, que significa: Deus conosco”.
24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho:

A CONCEPÇÃO VIRGINAL

A explicação do nascimento de Jesus toca um ponto controvertido de sua história: sua concepção virginal. O evangelista não está interessado em polemizar nem em dar uma lição a respeito do tema. Por ser uma questão já resolvida para a sua comunidade, a explicação é reduzida a seus elementos fundamentais.
A preocupação do evangelista refere-se a outras questões: como se explica a origem davídica de Jesus, se José não havia ainda coabitado com Maria? De fato, Jesus não é da descendência davídica, quanto ao sangue, e sim José que aceitou colaborar com o projeto de Deus. Deste modo, Jesus é um davidida.
Por outro lado, tem-se a intenção de sublinhar a atitude exemplar de José, um discípulo perfeito. Nele tudo é digno de admiração e imitação. Era um homem justo, temente a Deus, pronto a respeitar o mistério divino, embora desconhecendo-lhe a dinâmica. Homem de discernimento, capaz de colocar-se à escuta de Deus nos momentos de dificuldades, e de sei deixar inspirar por ele. Homem plenamente obediente, cumpridor intemerato da vontade de Deus, a quem submete seu querer.
Todo este cabedal de virtudes encontrou correspondência na Virgem Maria. Na pureza de coração, ambos se tornaram servidores do mistério de Deus, colaboradores na obra divina da salvação.

Fonte: Dom Total.

Claret Contigo – Meditação do dia

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

“O Senhor disse a mim e a todos os Missionários, companheiros meus: Non vos estis qui loquimini sed Spiritus Patris vestri, et Matris vestrae qui loquitur in vobis. De tal modo que cada um de nós poderá dizer: Spiritus Domini super me, propter quod unxit me, evangelizare pauperibus misit me, sanare contritos corde” (Aut 687).

EMBAIXADORES DE DEUS E DE MARIA

O discípulo se faz na escuta. Claret é discípulo porque sabe escutar o Senhor. Claret deseja ainda que todos seus companheiros missionários se distingam por saberem escutar o Senhor, por serem verdadeiros discípulos.
“Primeiro Deus”, se diz muito na América Central. Primeiro fala Deus. Não comece o dia falando de qualquer coisa; não seja o primeiro em falar. Escute primeiro o Espírito que fala dentro de você. Deixe que o Espírito fale por você. Claret assim o fez e foi um bom discípulo missionário.
Oxalá hoje possa você dizer com Claret: “O Espírito do Senhor está sobre mim”; é o que deve vir por primeiro em minha mente. Ele me guia e eu me deixo levar por Ele. Não serei eu o primeiro a falar, deixarei que “cada manhã me abra os ouvidos para que escute como os iniciados” (Is 50,4). O Espírito quer falar-me ao coração; quero percebê-lo, sou discípulo.
Que hoje possa experimentar com Claret: “O Espírito do Senhor me ungiu” (Is 61,1). Ele é minha força; deixo-me conduzir por Ele, que me ama e me prepara para ser testemunha.
Que neste dia possa sentir com Claret: “O Espírito do Senhor me enviou” (ib). Sou discípulo missionário. Não tem lugar para o meu protagonismo; meus planos mudaram de lugar. Foi-me dada uma missão, falo em nome de Outro. E de Outra! Não esqueça o curioso detalhe com que Claret modifica, enriquece o texto bíblico: ele se definia como “missionário de Maria”. Também ela deve estimular nosso serviço ao evangelho.

Desde o batismo participamos da missão de Jesus: evangelizar os pobres e curar os seus corações. Vivemos assim? Como posso eu levar esta missão a cabo? É minha entrega de hoje manifestação do grande amor que Deus tem para com este mundo?

Vós, Senhor, primeiro me amais, me buscais, me falais, me perdoais, me enviais. Que eu saiba acolher a voz do vosso Espírito; que eu dê voz sonora ao seu sussurro silencioso; que meu falar vá sempre precedido por sua sugestão. Sede Vós, Senhor, sempre o primeiro.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf.

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

21 de dezembro de 2019

“Nunca me cansava de estar na igreja diante de Nossa Senhora do Rosário e falava e rezava com tal confiança, que acreditava que Nossa Senhora me ouvia. Parecia-me que desde a imagem, diante da qual orava, havia como que uma conexão com fio até a original, que está no céu; sem ter visto naquela época o telégrafo elétrico, eu imaginava a existência de um telégrafo desde a imagem do céu” (Aut 48).

OS SÍMBOLOS DEVEM IR MAIS ALÉM

A vida de todos os dias transcorre, não poucas vezes, entre agitação e barulho. A vida acaba sendo uma vida atarefada. O ritmo é veloz, quase se diria vertiginoso, enlouquecido. Nós nos vemos atraídos por mil pedidos, compromissos, objetivos, trabalhos… Talvez busquemos o barulho para fazer calar o clamor do próprio silêncio. E desejamos, procuramos e pretendemos encontrar fora o que talvez esteja aí, desde sempre, em nosso esquecido interior. Como dizia o poeta, “do seu dono talvez esquecida, silenciosa e coberta de pó” dormia a arpa naquele rincão do salão escuro.
Mas parece que o coração humano precisa de certa quietude tranquila, serenidade pacífica e silêncio calado que tudo envolve e onde nos sentimos bem, em paz e pacificados, em harmonia, conscientes e donos do nosso ser, da nossa vida, e da nossa história. A agitação e a inquietude nos envolvem a tal ponto que, sem cairmos na conta, nos sentimos dentro deste alvoroço. Como se não pudéssemos viver e existir de outra maneira senão agitados, atarefados. No fundo, reconhecemos e sabemos que o ruído em geral e os mil e um ruídos em particular, não nos deixam satisfeitos. E procuramos certos oásis, espaços e tempos de equilíbrio, paz, serenidade e tranquilidade.

Bem-aventurados, dizem que escreveu alguém, os que não falam; porque eles se entendem! Porque nem sempre as mil e uma palavras, músicas, menos ainda o ruído, são nossos melhores aliados na hora de programar a vida e de tentar levá-la a termo. Um refrão diz algo assim como que a palavra é prata e o silêncio é ouro. E em silêncio foram sendo formadas grandes obras. O silêncio é a primeira pedra do templo da sabedoria. E a Igreja, como outros lugares, pode ser como que este recinto de calma e de sossego que nos possibilita fazer silêncio, escutar-nos por dentro e sentir-nos escutados. Não sente você a necessidade do silêncio?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf