Claret Contigo

Claret Contigo – 06 de junho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

06 de junho de 2020

“Um homem honrado, inflamado de zelo e de fé viva, diz São João Crisóstomo, é capaz de corrigir um povo inteiro” (Plano da Academia de São Miguel. Barcelona, 1859, p. 12)

FORÇA DO TESTEMUNHO

Cada um de nós leva em sua memória e em seu coração algumas pessoas que nos ajudaram a nos aproximarmos de Deus com o testemunho da sua vida. Não são grandes heróis, nem famosos, mas seu entusiasmo, seu compromisso, sua fé, sua alegria nos tem comovido e tem feito com que nos questionássemos ou nos fortalecêssemos em nosso seguimento de Jesus. E certos de que em algum momento da nossa vida também nós tenhamos sido testemunhas para outros.

Quando no Evangelho vejo a vocação dos discípulos, entendo a razão. Por exemplo, Mateus: “Ao passar, viu Mateus e lhe disse: segue-me. Ele se levantou e o seguiu” (Mc 2,14). E o Evangelho não diz mais nada; somente que o seguiu. Mas, como foi aquele olhar de Jesus! Seria um olhar cheio de ternura e de compaixão, um olhar atraente.

O olhar de Jesus o faz sentir-se aceitado, assim como você é, o faz amar sem condicionamentos e deixa seu coração abrasado. Este amor incondicional de Jesus mudou radicalmente a vida dos discípulos e muda também a nossa. Cada um de nós está chamado a amar como ele nos ama. Deixar atrás nossas seguranças e egoísmos para reorientar a própria existência em chave de partilha da vida com outros. Ele nos transforma e é capaz de corrigir o rumo da nossa vida mudando nossos pobres valores em valores do Reino.

Manter nossa fé viva e transmiti-la no mundo de hoje supõe caminhar com outros, em comunhão: narrar a própria experiência, oferecer um testemunho próximo, acompanhar aqueles que buscam, provocar perguntas, dar a conhecer a Deus em nosso compromisso com os mais necessitados. Tratar-se-ia de anunciar Jesus com nossas atitudes, colocarmo-nos a caminho seguindo as pegadas de Jesus e fazendo fácil este caminho aos demais.

Onde me encontro em meu seguimento de Jesus? De que maneira sou testemunha para outros?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 05 de junho

Todos os dias uma meditação com as palavras do nosso Padre Fundador

05 de junho de 2020

“Até quando serão mais prudentes, zelosos e ativos os filhos das trevas que os filhos da luz? Pois, se os protestantes e ímpios não se cansam de distribuir livros perniciosos, folhetos, e toda espécie de escritos maldosos e estampas obscenas, por que não faremos outro tanto nós, no bom sentido? (Carta Ascética… ao presidente de um dos coros da Academia de São Miguel. Barcelona, 1862, p. 46).

PALAVRA VIVENTE

Em continuidade com o que foi sua própria vida, Claret convida a todos a valerem-se de todos os meios de apostolado. Deus deve ser conhecido, amado e servido. Para consegui-lo, devem ser colocados em ação todos os recursos imagináveis. O apóstolo deve ser a pessoa sagaz e criativa que intui sempre e em todo lugar o mais necessário, oportuno e eficaz.
Os caminhos da missão são complexos. Trata-se de difundir o máximo possível e de modo eficaz a mensagem que se considera ser a melhor: é a Boa Nova de que Jesus Cristo, Deus feito homem, que tem salvado toda a humanidade entregando-se por ela à morte de cruz. E todos nós devemos buscar a melhor maneira de colocar remédio ao descuido que se vive neste campo.
A melhor mensagem exige os melhores meios para sua difusão e qualificados transmissores que, com estes meios, façam transparecer o núcleo da mensagem: Jesus, o Filho de Deus feito homem. São óbvios os meios como a liturgia da Palavra, a catequese, os meios de comunicação social, os sacramentos, o contato pessoal, a piedade popular… Mais sensíveis à mentalidade de hoje são o trabalho pela paz, a justiça, a promoção humana integral e a conservação e integridade da Criação.

Claret coloca acento em algo mais. Insiste na sagacidade apostólica das publicações escritas, meio no qual ele se destacou muito. Utilizou-o abundantemente, consciente da sua eficácia. Mas Claret privilegia o testemunho da própria vida. Embora com as limitações da condição humana, o testemunho da própria vida se orienta a espelhar a vida de Jesus. E se concretiza na atenção às pessoas e no exercício da caridade para com os necessitados, como o fez o mesmo Cristo.

Que lugar ocupa em minhas preocupações apostólicas o apostolado da imprensa no contexto em que vivo?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 04 de junho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

04 de junho de 2020

“Oh! Virgem e Mãe de Deus, eu sou como uma seta colocada em vossas mãos poderosas; lançai-me, minha Mãe, com toda a força dos vossos braços, contra o ímpio, o sacrílego e o cruel Acab, casado com a vil Jezabel” (Aut 270).

MARIA, MÃE VITORIOSA

“Sou como uma seta em vossas mãos poderosas”. O Padre Claret utiliza em sua oração o símbolo da flecha, imagem raramente aplicada ao relacionamento com Maria. O contexto desta oração é apocalítico: se apresenta dentro do combate escatológico entre Deus e as forças do mal, personificadas estas no perverso Acab, rei de Israel no século nono, do qual fala o primeiro livro dos reis a partir do capítulo 16.
A vocação de Claret manteve uma vivíssima tensão apocalítica, desde sua primeira infância. Em sua ordenação de diácono, em 1834, ratificou-a de uma forma mais nítida: “Quando o Prelado, na ordenação, disse aquelas palavras do Pontifical que são tomadas do Apóstolo Paulo: ‘não é nossa luta somente contra a carne e o sangue, mas também contra os príncipes e potestades, contra os espíritos destas trevas’, então o Senhor me fez saber claramente o que significavam aqueles demônios” (Aut 101). Movido por esta convicção, sua vida inteira não teve outro horizonte que o de lutar contra as forças do mal que envenenam os homens.
Por outro lado, Maria foi, depois de Jesus Cristo o Senhor, a pessoa mais amada e importante da sua vida. E, porque ela sempre esteve associada à causa do seu Filho, não é estranho que Claret se sentisse no apostolado como um instrumento de Maria. Tanto no símbolo da seta, que aparece em nossa oração, como no do braço ou do peito, que encontramos em outros de seus escritos, sublinha a presença ativa de Maria na tarefa do anúncio do evangelho, repelido pelas forças do mal.

A relação de Claret com Maria não foi somente filial. Também foi notadamente apostólica. Foi um grande missionário porque foi um bom filho de Maria. Não tem isto para todos, e também para você, amigo leitor, uma mensagem clara? Sua relação pessoal com Maria o faz sentir-se filho seu? Move-o a lutar com todas suas forças contra o mal?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 03 de junho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

03 de junho de 2020

“Quando ia a um povoado, nunca me propunha nenhum objetivo terreno, mas sim a maior glória de Deus e a salvação das almas” (Aut 199).

RETIDÃO DE INTENÇÃO

Nestas poucas palavras, Claret espolia sua alma. Talvez seja sua Autobiografia o cenário onde Claret se faz mais transparente e sincero. E se mostra como é: homem de intenções não somente claras, mas limpas. Em duas linhas recorta as motivações da sua labuta missionária, o fim das suas canseiras, a razão da sua paixão: Deus e os homens. Quatro detalhes, entre outros, nos brinda:
Não há nem um miligrama de egoísmo na frase claretiana. Jamais buscou nada para si mesmo. Nem triunfos, nem aplausos, nem brilho, nem sequer santidade. Tudo nele foi gratuidade. Viveu para dar, para dar-se. Não se pode ser missionário de outra forma. Sua vida foi despojamento, entrega total…
Usa a expressão “glória de Deus” que hoje a muitos confunde. Será Deus um vaidoso? se perguntava um filósofo em um comentário profano ao Decálogo. Nada disso, quem conhece bem a Deus entende de sobra e com fatos que nada faz brilhar mais a Deus que a felicidade e o bem dos seus filhos. Deus vive voltado, nunca encurvado.
E o que é isso de salvação das ‘almas’? A palavra, embora se pense o contrário, não é retórica, nem redutiva como alguém possa pensar. Ao falar de ‘alma’, Claret sabia de sobra que se o coração humano, seu centro, não está bem, de nada servem perfumes e enfeites externos. A evangelização de Claret era ‘nuclear’.
Aparece a conjunção ‘e’, tão pequena e tão grande ao mesmo tempo. Talvez o mais discreto seja o mais importante de toda sua frase. Nega o ‘ou’ disjuntivo, que separa e obriga sempre a ficar com isto ou com aquilo. Deus e os homens estão unidos. A encarnação de Cristo conquistou isto para sempre.

Se o leitor nos permitir, o convidamos a se questionar sobre sua fé em Deus: leva-o a servir? E como é seu serviço aos demais: leva-o a Deus? Não responda depressa, nem sem pensar…

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 02 de junho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

02 de junho de 2020

“A fé e a razão! Eis aqui duas coisas que podem facilmente irmanar-se entre si, usando-as de modo conveniente. Em cada um de nós há dois instintos, duas necessidades igualmente inatas, igualmente fortes e indestrutíveis, com relação à verdade: a necessidade de crer e a necessidade de raciocinar” (O Trem. Barcelona, 1857, p. 28s).

IRMANDADE ENTRE FÉ E RAZÃO

A fé e a razão!… como Claret vê fácil este assunto! Ao ler este texto vem à mente o início da encíclica de São João Paulo II Fides et Ratio, de 14 de setembro de 1998: “A fé e a razão são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva para a contemplação da Verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a Verdade, isto é, de conhecer a Deus para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo”. Entre inteligência e fé se instaura assim uma relação vital: é necessário crer para poder perceber o mistério que habita em nós e nos transcende; e é necessário compreender para que a fé seja razoável e madura.

A fé madura recorre à inteligência, comprometendo-a, segundo uma expressão de Santo Anselmo (século XI), na “procura daquilo que ama” (FeR, 42). Assim, a fé, além de ser “razoável”, se converte em “raciocinante”. Esta é a tarefa que concerne à teologia: recolher os dados da revelação e refletir sobre sua coerência e harmonia, sobre sua racionalidade, e, daí, responder aos desafios sempre novos apresentados pela cultura e pela história.

Ao longo da história aconteceram as mais diferentes formas de relação entre fé e razão, que vão desde o confronto ao diálogo, a cooperação, passando pela total independência e radical heterogeneidade, e inclusive pelo mútuo menosprezo.

Como é difícil falar sobre a relação entre fé e razão em uma cultura de indiferença religiosa, secularizada ou descrente, que coloca a razão acima de todas as coisas. Uma cultura na qual se admite um total relativismo e pouco se conta com a verdade ou com a minha própria verdade, embora não me fie muito dela…

Jesus de Nazaré disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Busco eu a Verdade ou me conformo com minha pequena verdade, com a qual “me arranjo”?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 01 de junho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

01 de junho de 2020

“Devo ser como uma vela que arde: consome a cera e ilumina até se apagar. Os membros se sentem bem unidos à cabeça, o ferro ao ímã e eu a Jesus desejo unir-me no sacramento e no céu” (Propósitos de 1870: AEC, p. 730).

UNIÃO COM CRISTO

“A Jesus desejo unir-me”. Hoje todos nós falamos do mundo dos desejos, mas, que entendemos por desejo? Que dimensões humanas abrange? Como se relaciona com nossas necessidades e nossa vontade? Que papel tem a capacidade de desejar em nosso crescimento humano e espiritual? Que desejamos? Não são perguntas triviais. Nos desejos nos comprometemos muito. Não podemos, e às vezes o fazemos, separar o mundo dos desejos da inteligência e da vontade. Tudo o que desejo não posso alcançar e nem tudo o que desejo é conveniente para meu crescimento e maturidade, nem para quem me rodeia. A inteligência me indicará o que é conveniente e a vontade marcará os limites. Daí a importância do discernimento. Discernir o que convém fazer ou não e agir em consequência.

No fundo do nosso coração desejamos a Deus. Experiência que nos enche de satisfação e de confiança para caminhar na vida. Assim foi Claret: um homem de grandes desejos que soube submetê-los às mediações e ao discernimento; por isso foi feliz.

Jesus amigo deseja presentear-nos com sua amizade e, como no caso dos dois amigos que se amam intensamente, sua meta é fundir-se como a cera, experimentar a atração do ímã. Experimento esta atração? A palavra ‘Jesus’ me diz muito? Ou talvez não seja ninguém para mim? Que triste! Quais são meus desejos mais profundos? Minha meta?

Jesus pergunta aos discípulos do Batista por seus desejos: “O que vocês estão buscando?” E ficaram com Ele. “no dia seguinte João estava outra vez ali com dois de seus discípulos. Fixando o olhar em Jesus que passava diz: Este é o Cordeiro de Deus. Ao ouvi-lo falar assim os dois discípulos seguiram Jesus. Voltando-se então Jesus e olhando os que o seguiam, lhes pergunta: O que vocês desejam? Eles responderam: Rabi, onde vive? Ele lhes responde: venham e vejam. Foram e viram onde vivia e ficaram com Ele naquele dia. Era a hora décima” (Jo 1, 35-39).

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 31 de maio

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

31 de maio de 2020

“Oh! Coração de Maria, frágua e instrumento do amor, inflamai-me no amor de Deus e do próximo!” (Aut 447).

NA FRÁGUA DE MARIA

O Padre Claret teve uma especial devoção ao Coração de Maria; fundou as Filhas do Coração de Maria ou “Religiosas em suas casas” (hoje Instituto Secular da ‘Filiação Cordimariana’) e os Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Onde missionava deixava a Arquiconfraria do Coração de Maria. Em uma igreja de Vic colocou o coração na imagem de Nossa Senhora do Rosário. Parece que nele influíram notavelmente os “Anais da Arquiconfraria do Coração de Maria” que funcionava em uma importante igreja de Paris dedicada a Nossa Senhora das Vitórias.

Mas Claret a estas influências externas dá sempre uma marca pessoal. Ao falar do ‘Coração de Maria’ tenta entrar na sua interioridade, tendo em consideração o sentido bíblico da palavra coração e o que nos dizem os evangelhos com respeito a Maria: “Ela conservava todas estas coisas meditando-as em seu coração” (Lc 2, 19.51).

O coração ‘bíblico’ é a sede de toda a interioridade de uma pessoa, também da sua vida afetiva, por certo. Claret contempla o Coração de Maria como uma frágua, um lugar de amor ardente. Vê Maria como a pessoa que mais amou Jesus e mais se identificou com seu projeto, apaixonada pelas coisas de Deus e preocupada com o próximo, como nas bodas de Caná; e não pode deixar de pedir que participem deste fogo interior, para inflamar com este mesmo ‘calor’ as causas que lhe eram caras.

Claret não perde de vista aquela expressão de Jesus “eu vim trazer fogo para a terra, e gostaria que estivesse já ardendo” (Lc 12, 49). Mas há uma diferença de significado; em Jesus eram palavras de ‘juízo’ ou de transformação apocalíptica do mundo e da história. Em Claret significam um contágio generalizado de caridade, de amor a Deus e aos demais; e vê em Maria aquela que pode inflamar assim os corações.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 30 de maio

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

30 de maio de 2020

“A outra classe que mais me chamava a atenção era a clerical. Oxalá todos os que seguem a carreira eclesiástica fossem homens com verdadeira vocação, homens virtuosos e aplicados ao estudo! Bons sacerdotes seriam todos! E quantas almas se converteriam! (Aut 326).

QUE O SAL NÃO SE TORNE INSOSSO

Ninguém que tenha feito um caminho na vida da comunidade cristã porá em dúvida a necessidade do ministério ordenado para o pastoreio dos fieis que a integram. A figura dos sacerdotes é importante para a caminhada espiritual de cada comunidade. O Concílio Vaticano II tem ajudado, no entanto, a desclericalizar a imagem da Igreja e a aprofundar a vocação laical.
Igualmente se apreciam nesta visão de Claret elementos que ainda hoje não perderam atualidade. Sobretudo destaca a necessidade de entrega vocacional absoluta e convencida nos que foram chamados ao ministério ordenado. É necessário que os sacerdotes sejam homens de Deus para o serviço do povo e possam animar em cada comunidade cristã a comunhão, o crescimento não seguimento de Jesus, a celebração da fé e a vida e o serviço para dentro e para fora do círculo dos irmãos.
Quando este serviço sacerdotal se esfarela, a vida da comunidade eclesial se vê bastante afetada. É certo que se nossa fé é madura, não depende do sacerdote; mas também é verdade, que para muitas pessoas na sociedade a figura dos ministros é uma referência ao mistério de Deus. Esta expressão do texto inicial que é uma exclamação de desejo (‘quantas almas se converteriam!’) faz alusão à imensa tarefa de dar testemunho e evitar o escândalo. Esta missão toma particular relevância nestes tempos em que a Igreja perdeu credibilidade por causa de deploráveis debilidades de alguns de seus ministros e da divulgação, não poucas vezes injusta e desproporcionada, que destes fizeram os meios de comunicação.

Em que medida apoiamos nós o serviço dos sacerdotes que nos atendem? Somos para eles fonte de ânimo ou motivo de desalento? Estamos preocupados com o incremento das vocações sacerdotais e consagradas?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 29 de maio

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

29 de maio de 2020

“Nas crianças somente temos o trabalho de plantar, e nos adultos de arrancar e de plantar. Existe ainda outra vantagem, que com os pequenos se conquistam os grandes e com os filhos os pais, porque os filhos são pedaços do coração dos pais. E ainda, dando-lhes como prêmio pela presença e aplicação na catequese algum santinho, os pais e os adultos os leriam em casa por curiosidade e podem converter-se, como eu sei por experiência” (Aut 275).

ASTÚCIA EVANGÉLICA

A opinião mais comum no âmbito da psicopedagogia coincide em apontar a grande capacidade de aprendizagem da criança quanto menor for a idade. Por sua vez, em muitos programas educativos se ressalta a necessidade de um incentivo da parte do ambiente e dos adultos para que as crianças cresçam motivadas e possam viver sadias situações de aprendizagem.
Na experiência religiosa, durante séculos, pais e mães, muitas avós e outras pessoas próximas plantaram a fé e asseguraram o processo de transmissão da mesma de geração em geração, de lar em lar. Assim, o primeiro anúncio, a proximidade de Deus, a amizade com Jesus, a oração a Maria e a alguns santos vinham já sustentados desde o próprio contexto familiar.
Hoje vivemos, no ocidente, uma profunda crise na transmissão da fé. Muitos lares vivem como se Deus não existisse. Por isso, o que o Padre Claret nos ensina continua sendo uma grande verdade. Toca aos catequistas (quando os pais não o fazem) plantar nas crianças os valores fundamentais, a abertura para Deus, a solidariedade e o respeito para com os demais, a proteção da natureza e tantos outros princípios.

Como sempre acontece na história, as grandes mudanças vêm desde o que, nas aparências, é mais frágil e débil. Recordemos como foi o pequeno João no seio de Isabel quem advertiu antes de qualquer um a vinda do Senhor (cf. Lc 1,39-45). Esta é a maneira que Deus escolhe para agir. A mesma precariedade do nascimento de Jesus no-lo diz.

Como se faz a transmissão da fé em minha casa? E na escola ou paróquia que frequento ou onde colaboro? Há criatividade para fazer mais atraente a mensagem ou a rotina afugenta os destinatários?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

Claret Contigo – 28 de maio

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

28 de maio de 2020

“…vamos ter novidades. Já sabe que eu nunca me meto em política, mas não poucas vezes a política se lança contra os homens e não é estranho que a política se lance contra mim e por isso eu tenha que ausentar-me da presença de Sua Majestade e até da Espanha” (Carta a D. Manuel Miura, 19.7.65, em EC II, p. 910s).

DEUS AMA O MUNDO

Nem Claret, nem ninguém pôde escolher a época em que gostaria de viver. Nem foi possível controlar as crises sociais ou eclesiais desencadeadas pela política do século XIX. Nem nos últimos anos pudemos evitar as crises que alcança de uma forma ou outra boa parte do nosso mundo.
Diante destas situações podemos lamentar-nos, podemos deixar-nos levar pelo medo, ou ficar quietos e inativos esperando para ver o que acontece. Ou podemos entender que o tempo que Deus nos oferece é o único que teremos e a grande oportunidade que nos oferece para caminharmos pela vida fazendo o bem (cf. At 10,38). As possibilidades são muitas, desde o egoísmo mais extremo até a generosidade mais altruísta.
Considerando a distância do tempo e da cultura, a atitude de Claret diante do mundo continua sendo um exemplo, especialmente quando nos fala da importância de estudar e conhecer bem a sociedade para a qual é enviado a evangelizar (cf. Aut 357). Nem ele, nem nós vivemos fora do mundo. E trata-se do mundo e das pessoas a quem Deus ama tanto que enviou seu Filho para que todos possam viver com a dignidade que somente Ele pode oferecer-nos (cf. Jo 3,16).
“Haverá novidades”, escrevia Claret, confessor real. Nem ele, nem ninguém podia prever exatamente como e quando chegariam estas novidades. O que ele fez, e seu exemplo nos convida a fazer, é termos a consciência do mundo em que estamos vivendo, que tipo de sociedade vai emergindo atualmente.

E perguntamos como podemos fazer visível o amor de Deus no mundo e na sociedade de hoje e de amanhã.

Partilho plenamente a visão de Jesus de que Deus olha o mundo e todas as pessoas com amor? Como se traduz esta convicção em minha vida concreta?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf