Oração do dia 04/06

Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Das Instruções de São Doroteu, abade

(Doct. 7, De accusatione sui ipsius, 1-2: PG88, 1695-1699) (Séc.VI)

O motivo de toda perturbação vem de que ninguém se acusa a si mesmo

Indaguemos, irmãos, por que acontece tantas vezes que, ao escutar alguém uma palavra

desagradável, vai-se sem qualquer aborrecimento, como se não a houvesse ouvido;

enquanto que, em outras ocasiões, mal a ouve, logo se perturba e se aflige? Donde será

esta diferença? Terá um motivo só ou vários? Noto haver muitas razões e causas, mas

uma é a principal que gera as outras, como alguém já disse. Isto provém por vezes da

própria situação em que se encontra a pessoa. Se está em oração ou contemplação, sem

dificuldade suporta o irmão injurioso e continua tranquilo. Outras vezes, pelo grande

afeto que sente por um irmão, tudo tolera com toda a paciência pela amizade que lhe

tem. De outras também, por desprezo, quando faz pouco caso e desdenha quem tenta

perturbá-lo, nem se digna olhar para ele como ao mais desprezível de todos, nem dar-lhe

uma palavra em resposta, nem mesmo referir a outrem suas injúrias e maledicências.

Não se perturbar ou afligir-se, como disse, vem de que se despreza e não se faz caso do

que dizem. Ao contrário, aborrecer-se e incomodar-se com as palavras do irmão resulta

de não se encontrar em boas condições ou de odiar esse irmão. Existem muitas outras

razões para este fato, ditas de diversos modos. Mas a causa de toda perturbação, se bem

a procurarmos, está em que ninguém se acusa a si mesmo.

Daí provém todo aborrecimento e aflição. Daí não termos às vezes nenhum sossego.

Nem é de se admirar porque, como aprendemos de homens santos, não nos foi dado

outro caminho para a tranquilidade. Que assim é, nós o vimos em muitos. Negligentes e

amantes da vida cômoda, esperamos e acreditamos andar pelo caminho reto, apesar de

impacientíssimos em tudo, sem nunca querer acusar-nos a nós mesmos.

É isto o que acontece. Por mais virtudes que alguém possua, ainda mesmo inúmeras e

infinitas, se abandonar este caminho, jamais terá sossego, mas sempre estará perturbado

ou perturbará a outros e perderá todo o trabalho.

Fonte: Liturgia das Horas.

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Paróquia Imaculado Coração de Maria

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