Meditações Pascais – 12 de maio

Ele está no meio de nós

Padre Valter Maurício Goedert

Terça-feira | 12 de maio de 2020

MANIFESTEI O TEU NOME (Jo 17,6)

Na antropologia bíblica o nome se identifica com a pessoa; pode ser considerado seu substituto. Freqüentemente, apresenta um significado que vai além do simples fato de distinguir as pessoas. O nome é particularmente importante nos ritos mágicos. Significa manter controle sobre a pessoa. A simples alusão ao nome produz eficácia sobre seu portador, ou exprime o poder da pessoa cujo nome é invocado. Por isso, antigos costumes cercam a imposição do nome de especial solenidade. O nome adquire um significado teológico.

Na Sagrada Escritura, os nomes das pessoas expressam crença religiosa, ou orações de petição. Têm conexão com o evento contemporâneo ao nascimento da criança. Não constituem apenas um modo de identificação; os nomes devem ser conhecidos, gozam de fama e de reputação. Sobrevivem em seus descendentes. A destruição do nome equivale a uma desonra. O ímpio não terá nome; seu nome apodrecerá (Jó 18,17). A mudança do nome, por sua vez, representa uma mudança na pessoa.

O nome divino tem características semelhantes ao humano, embora em grau superior. Na literatura pós-exílica, o “nome” é usado como substituto para o próprio Jahweh, ativo e presente onde é invocado, conhecido e reconhecido. O profeta que fala em seu nome o faz com sua autoridade; o falso profeta profana seu nome porque invoca a autoridade de Jahweh para iludir o povo. Israel é guiado pela força do seu nome. Seu nome é glorioso, grande, terrível, exaltado, motivo de libertação, de confiança. O nome de Jahweh deve, sim, ser pronunciado com respeito.

Jesus glorifica o nome do Pai e o torna conhecido. Pede que seus discípulos sejam conservados em seu nome, age em nome do Pai, está no Pai e o Pai está nele. A invocação do nome de Jesus, por sua vez, opera milagres, é motivo de salvação. O nome de Jesus está acima de todo outro nome. Jesus é o Senhor!

Os cristãos são definidos como aqueles que invocam o nome de Jesus, agem em seu nome, são fortalecidos pelo seu poder e vivem de acordo com sua dignidade. A proclamação do nome de Jesus não acontece apenas pela pregação, mas também pela aceitação de sua divindade. Jesus pede renúncia e aceitação dos sofrimentos (1Pd 4,14-16).

A Igreja invoca diuturnamente o nome de Jesus em sua liturgia e nas orações. Aproxima-se do Pai em nome de Jesus. Conseqüentemente, os cristãos agem em seu nome quando põem em prática o Evangelho, quando se reúnem em seu nome. O nome de Jesus é princípio de unidade da Igreja.

Manifestar o nome de Jesus é, portanto, dar testemunho de sua pessoa, fazê-lo conhecido através de atitudes pautadas pelas bem-aventuranças. O martírio constitui a maneira mais excelente desse testemunho, pois não há maior amor do que aquele que dá a vida por seu amigo.

JESUS, CAMINHO PARA O PAI

Na verdade, é justo e necessário,
é nosso dever e salvação,
dar-vos graças,
sempre e em todo o lugar,
Pai santo,
Senhor do céu e da terra,
por Cristo, Senhor nosso.
Pela vossa palavra criastes o universo,
e em vossa justiça tudo governais.
Tendo-se encarnado,
vós nos destes o vosso Filho, como mediador.
Ele nos dirigiu vossa palavra,
convidando-nos a seguir seus passos.
Ele é o caminho que conduz para vós,
a verdade que nos liberta
e a vida que nos enche de alegria.
Por vosso Filho,
reunis numa só família
os homens e as mulheres,
criados para a glória do vosso nome,
redimidos pelo sangue de sua cruz
e marcados com o selo do vosso Espírito.

Oração Eucarística para diversas circunstâncias 3

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