Claret Contigo – 30 de janeiro

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

30 de janeiro de 2020

“Algumas vezes, o Senhor me fazia sentir os efeitos da pobreza, mas era por pouco tempo. Logo me consolava com o necessário; e era tanta a alegria que sentia com a pobreza, que não gozam tanto os ricos com todas as suas riquezas como gozava eu com minha amadíssima pobreza” (Aut 363)

ALEGRIA NA POBREZA

Uma pessoa não familiarizada com a vida e os ideais evangélicos se precipitaria em interpretar esta experiência como masoquismo. É a doentia tendência atual do ocidente a desqualificar muito o que foram as práticas cristãs; não faria o mesmo com as sentenças de Confúcio ou Lao-Tseu que vão nesta mesma direção.
A vida de Claret foi, externamente falando, de muita dor, fracassos, desencantos. A pobreza real, não a idealizada ou imaginária, leva consigo privações e sofrimento. Enquanto isto não acontece, o que se imagina seguidor de Cristo pobre é um iludido. Os estudiosos das bem-aventuranças evangélicas dizem que as três primeiras, segundo a versão de Lucas, mais próxima do original, se reduzem à primeira, pois a aflição e a fome são as manifestações normais, imediatas, da pobreza.
A segunda parte da frase de Claret tem uma clara ressonância franciscana: o pobrezinho de Assis não quis ser dono das coisas, mas irmão delas; e desfrutou desta peculiar “fraternidade”. Claret, menos poeta, vai em direção um tanto diferente: teve a alegria de viver literalmente o projeto que Jesus traçou para seus seguidores. Mas não está muito fora da alegria da liberdade “franciscana”. Naquela época de incipiente industrialização e da burguesia doente de competitividade por ver quem tem mais, Claret desfruta de uma paz invejável: “Nada tinha, nada queria e tudo recusava” (Aut 359).

Se Claret conheceu a canção do Pirata, do seu contemporâneo Espronceda, teve que identificar-se com algumas de suas estrofes: “Lá movem feroz guerra / cegos reis / por um palmo a mais de terra / e eu tenho aqui como meu / quanto abrange o mar bravio / a quem ninguém impôs leis”.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

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