Claret Contigo – 24 de abril

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

24 de abril de 2020

“Uma comunidade, uma religião, se não tiver espírito não subsiste. Quem não tiver o espírito de Cristo não poderá ser de Cristo (Rm 8,9). O espírito se perde na inobservância de coisas que parecem pequenas, mas que são de grande transcendência. Deus ama muito a fidelidade do homem em coisas pequenas” (Notas sobre o Concílio Vaticano I, em AEC, pp 578-579).

DA CONVIVÊNCIA À FRATERNIDADE

Existe diferença entre viver juntos e viver em comunidade. É a diferença que existe entre a proximidade de coisas materialmente justapostas e a de pessoas que se sentem convocadas e sustentadas por um vínculo, um projeto comum. As pessoas humanas, todas, têm necessidade de vínculos. Nós nos sentimos realizados na pertença a uma comunidade. É nossa vocação de humanidade, seja qual for o caminho ou estado de vida. E aí se joga a nossa felicidade.
Quando Claret fala de espírito faz referência ao vínculo que surge da nossa condição de cristãos. É um vínculo de fraternidade, porque todos nos sentimos filhos amados de Deus, graças à obra de Jesus. Quer dizer que são muitas as coisas que podemos partilhar, muitas as experiências a que estamos chamados a viver juntos e que redundam em nosso crescimento e nossa felicidade.
Ninguém ignora que o crescer e o ser feliz provêm do viver cotidiano. São as coisas pequenas de que fala Claret, as que mais contam nisto. Muito mais que o ser donos de uma grande inteligência, de uma profissão prestigiosa, de uma boa posição econômica. O que mais nos plenifica e nos faz crescer em Cristo são os pequenos gestos cotidianos de atenção a quem está ao nosso lado: o cultivo do diálogo, o partilhar os serviços, o sair ao encontro de suas necessidades e dores, o conceder espaço no coração, no mútuo carinho. Traduzindo o sentido conventual da palavra “inobservância”, entendemos que ela censura o descuido destes elementos que consolidam no cotidiano os vínculos de uma convivência de sabor evangélico. Porque somos seus filhos, Deus ama a quem é fiel em construir diariamente esta fraternidade.
Talvez tenhamos que tomar consciência dos vínculos que tecem nossos contatos e perguntar-nos se personalizamos este relacionamento com nosso próximo, se contamos com o respeito pelo outro, o apreço por seus valores, por sua dignidade de imagem de Deus. Aflora em nosso viver cotidiano, em nossas pequenas coisas, a fraternidade evangélica?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

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