Claret Contigo – 19 de julho

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

19 de julho de 2020

“A mim, meu coração se enche de pena, quando vejo que neste bispado de Vic tem tantos sacerdotes sem nada fazer e nestas ilhas tanta necessidade (…). Vou sozinho como um desesperado, pregando e confessando dia e noite, às vezes o povo tem que esperar até nove dias com suas noites para que chegue sua vez”. (Carta ao bispo de Vic, 27 setembro de 1848, em EC I, p. 280).

COMO UM DESESPERADO

Claret escreve esta carta desde as Ilhas Canárias, onde trabalhou apostolicamente durante um ano e meio, deixando entre o povo lembranças que ainda hoje são recordadas.
Há anos que nos lamentamos pela diminuição das vocações sacerdotais e religiosas e inclusive de leigos verdadeiramente comprometidos no anúncio do Evangelho e no serviço da comunidade cristã. É este um fato motivado por razões complexas, como o reduzido número de filhos, a secularização da sociedade, etc. Sem esquecer que a vocação é um dom de Deus e não simples fruto do esforço humano, nem sequer de um eloquente testemunho cristão. Quantas vezes pais crentes e responsáveis têm dado o melhor exemplo a seus filhos e depois ficaram surpresos, ou até com um indevido complexo de culpa, ao verem que eles não seguem seus passos. Às vezes se semeia e não se vê a colheita, porque virá mais tarde, ou simplesmente não virá, mas, certamente, se queremos colheita, devemos semear.
Outra pergunta muito importante é aquela feita por Claret nesta carta: quem foi chamado à vida sacerdotal ou religiosa, ou leigo evangelizador, está dando o melhor de si mesmo? Olhando a história, sempre mestra da vida, vemos que muitas vezes foi suficiente um só cristão para ter um influxo eficaz e duradouro, não só entre o povo do seu tempo, mas inclusive depois da sua morte e ao longo dos séculos. Basta pensar em São Francisco de Assis ou nos Beatos Carlos de Foucauld e Teresa de Calcutá e tantos sacerdotes, religiosos e leigos, dos quais não falaram os meios de comunicação, mas que deixaram pegadas profundas na vida e no coração de muitas pessoas, cristãs ou não cristãs, que os conheceram.

Entrego-me realmente aos demais, segundo minha vocação e minhas possibilidades? Ou me distancio por tibieza espiritual, comodidade ou egoísmo?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

About Author

Paróquia Imaculado Coração de Maria

[email protected] Avenida Getúlio Vargas, 1193 - Rebouças - Curitiba/PR (41) 3224.9574 - Secretaria Paroquial