Claret Contigo – 17 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

17 de março de 2020

“O Senhor nos ama muito, amemos também a Ele, amor com amor se paga. Ele se doa todo inteiro no Santíssimo Sacramento, razão pela qual também nós nos entreguemos inteiramente a Ele. Sim, doemos nosso coração com seus sentimentos, a alma com suas potencialidades e o corpo com todos seus sentidos, de maneira que possamos dizer como o Apóstolo: vivo eu, mas não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. (Carta à abadessa das Huelgas, 5 julho 1867, em EC II, p. 1168).

AMOR COM AMOR SE PAGA

Claret tinha posto como lema do seu escudo episcopal o conhecido texto de São Paulo: “O amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14); um texto que alguns traduzem hoje melhor, de acordo com o verbo grego aí usado, como: “O amor de Cristo nos possui”, entendido no sentido de uma totalidade que nos envolve e nos “constringe”, e não simplesmente como se fosse um impulso exterior e basta. A Bíblia de Luís Alonso Schökel e Juan Mateos traduzia assim: “O amor de Cristo não nos deixa escapatória”. Um amor tão grande que não é possível encontrar razões ou escusas para evitá-lo, esquecê-lo, amortecê-lo.
Os entendidos em sintaxe grega dizem que, neste texto, o complemento “de Cristo” é um “genitivo geral” ou ambivalente; isto é, que significa ao mesmo tempo o amor “que Cristo tem por nós” e “o amor que temos por Cristo”; realmente, o segundo nasce do primeiro: ele nos amou primeiro e “nos complicou a vida”, no melhor sentido do verbo complicar! Um agradecimento e uma tarefa pesam sobre nós.
A reação do discípulo deve ser, dentro do humanamente possível, uma resposta de amor total. Não valem meias medidas, ter o pé em dois sapatos. A complexidade da sociedade atual nos convida continuamente a obrigar-nos a uma vida fragmentada, “líquida”, dividida em interesses diversos e inclusive contrapostos; a não querer renunciar a nada, a não ter um verdadeiro centro motor; a viver desconcentrados, dispersos, interior e exteriormente desagregados, débeis. Serve aqui acender uma vela a Deus e outra ao diabo e com isso não amadurecemos nem humana nem espiritualmente.

É realmente Deus, com o amor que me tem manifestado em Cristo, o centro da minha vida, o que polariza, ordena e dá sentido a toda minha existência, ao meu pensar, meu desejar, meu discernir, meu amar, meu decidir e operar? Vibra minha “afetividade humana” diante de Deus que me ama?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

About Author

Paróquia Imaculado Coração de Maria

[email protected] Avenida Getúlio Vargas, 1193 - Rebouças - Curitiba/PR (41) 3224.9574 - Secretaria Paroquial