Oração do dia 24/06 – Solenidade de São João Batista

Ó Deus, que suscitastes São João Batista, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Hoje também celebramos a Solenidade do Imaculado Coração de Maria

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 293,1-3: PL 38,1327-1328) (Séc.V)

Voz do que clama no deserto

A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os
nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente.
Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma
explicação. E se não a soubermos dar tão bem, como exige a importância desta
solenidade, pelo menos meditemos nela mais frutuosa e profundamente. João nasce de
uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem.

O pai de João não acredita que ele possa nascer e fica mudo; Maria acredita, e Cristo é
concebido pela fé. Eis o assunto que quisemos meditar e prometemos tratar. E se não
formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de
aptidão ou de tempo, aquele que fala dentro de vós, mesmo em nossa ausência, vos
ensinará melhor. Nele pensais com amor filial,a ele recebestes no coração, dele vos
tornastes templos.

João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o
novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João
Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o
Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo Testamento, é
declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de
nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer, já é
designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele. Tudo isto são
coisas divinas, que ultrapassam a limitação humana. Por fim, nasce. Recebe o nome e
solta-se a língua do pai. Relacionemos o acontecido com o simbolismo de todos estes
fatos.

Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só
então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da
profecia que, antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto,
fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e torna-se
claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo
significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se
anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasce
aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe:
Quem és tu? (Jo 1,19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1,23).
João é a voz; o Senhor, porém,no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no
tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.

Fonte: Liturgia das Horas.

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Paróquia Imaculado Coração de Maria

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