Oração do dia 22/06

Liturgia das Horas – Sexta-feira

 

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

(Nn.23-24: CSEL 3,284-285) (Séc.III)

Nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus

Cristo acrescentou claramente uma lei que nos obriga a determinada condição: que

peçamos a remissão das dívidas, se nós mesmos perdoarmos aos nossos devedores,

sabendo que não podemos alcançar o perdão pedido a não ser que façamos o mesmo em

relação aos que nos ofendem. Por esta razão, diz em outro lugar: Com a mesma medida

com que medirdes, sereis medidos. E aquele servo que, perdoado de toda a dívida por

seu senhor, mas não quis perdoar o companheiro, foi lançado ao cárcere. Por não ter

querido ser indulgente com o companheiro, perdeu a indulgência com que fora tratado

por seu senhor.

Cristo propõe o perdão com preceito mais forte e censura ainda mais vigorosa: Quando

fordes orar, perdoai se tendes algo contra outro, para que vosso Pai, que está nos céus,

vos perdoe os pecados. Se, porém, não perdoardes, também vosso Pai, que está nos

céus, não vos perdoará os pecados. Não te restará a menor desculpa no dia do juízo,

quando serás julgado de acordo com tua própria sentença e o que tiveres feito, o mesmo

sofrerás.

Deus ordenou que sejamos pacíficos, concordes e unânimes em sua casa. Mandou que

sejamos tais como nos tornou pelo segundo nascimento; assim também ele nos quer

renascidos e perseverantes. Deste modo nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de

Deus e os que possuem um só Espírito tenham uma só alma e um só coração.

Deus não aceita o sacrifício do que vive em discórdia e ordena deixar o altar e ir

primeiro reconciliar-se com o irmão, para que, com preces pacíficas, possa Deus ser

aplacado. Maior serviço para Deus é a nossa paz e concórdia fraterna e o povo que foi

feito uno pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Nos sacrifícios que Abel e Caim foram os primeiros a oferecer, Deus não olhava os

dons, mas os corações, de forma que lhe agradava pelo dom aquele que lhe agradava

pelo coração. Abel, pacífico e justo, sacrificando com inocência a Deus, ensinou os

outros a depositar seus dons no altar com temor de Deus, simplicidade de coração,

empenho de justiça e de concórdia. Aquele que assim procedeu no sacrifício de Deus

tornou-se merecidamente sacrifício para Deus. Sendo o primeiro a dar a conhecer o

martírio, iniciou pela glória de seu sangue a paixão do Senhor, por ter mantido a justiça

e a paz do Senhor. Esses serão, no fim, coroados pelo Senhor; esses, no dia do juízo,

triunfarão com o Senhor.

Quanto aos discordantes, aos dissidentes, aos que não mantêm a paz com os irmãos,

mesmo que sejam mortos pelo nome de Cristo, não poderão, conforme o testemunho do

santo Apóstolo e da Sagrada Escritura, escapar do crime de desunião fraterna, pois está

escrito: Quem odeia seu irmão é homicida. Não chega ao reino dos céus nem vive com

Deus um homicida. Não pode estar com Cristo quem preferiu a imitação de Judas à de

Cristo.

Fonte: Liturgia das Horas.

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